Falta atenção para a crise metropolitana, diz economista da FGV no programa <i>Diálogo Brasil</i>

07/12/2005 - 22h59

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - O professor Marcelo Néri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirmou hoje (7), no programa Diálogo Brasil, que os governos não vêm dando a devida atenção para o problema da crise metropolitana: "A nova pobreza é um fenômeno sério e houve uma certa inércia das políticas públicas, nos últimos anos, de lidar com esse problema, que é mais complexo". Segundo o professor, que coordena a pesquisa "Miséria em Queda - Mensuração, Monitoramento e Metas", a redução de miséria em 2004 é válida para todas as variações de pobreza. Néri defendeu, no estúdio da TV Nacional, em Brasília, a ampliação dos indicadores de pesquisa.

No estúdio da TV Cultura, em São Paulo, o professor Cassiano Ricardo Martines Bovo, do Núcleo de Estudos sobre a Pobreza da Faculdade São Luís, disse que existem vários cálculos em termos de linhas de pobreza e vem se observando desde o início do governo Lula uma diminuição muito pequena. Ele também ressaltou a existência da miséria nas grandes cidades.

No estúdio da TVE Brasil, no Rio de Janeiro, a coordenadora do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Fernanda Carvalho, afirmou que nos últimos anos se nota uma diminuição da pobreza pela renda. Além da má distribuição, segundo ela, o problemaa atinge de forma distinta os grupos sociais: "Entre quatro pessoas brancas, uma é pobre. Entre duas pessoas negras, uma será pobre".

Em Brasília, no estúdio da TV Nacional, a secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, disse que as políticas públicas estão se aprimorando: "É impossível continuar convivendo com esses índices históricos de desigualdade e exclusão e por isso os governos estão construindo uma outra lógica de gestão das políticas sociais". Segundo a secretária, o ministério investiu, na área social, R$ 6 bilhões em 2003 e R$ 17 bilhões neste ano. "Nós praticamente triplicamos os recursos, que envolvem 23 ações financiadas em 5.564 municípios do país, em ações de segurança alimentar nutricional, assistência social e o grande programa de transferência de renda, que é o Bolsa Família", salientou.

Os debates do Diálogo Brasil são mediados pelo jornalista Florestan Fernandes Júnior. O programa é transmitido ao vivo para todo país, sempre às quartas-feiras, das 22h30 às 23h30. Os telespectadores podem participar enviando perguntas e sugestões pelo e-mail dialogobrasil@radiobras.gov.br e pelo telefone (61) 3327-4210.