Confederação da Indústria descarta crescimento econômico acima de 2,5%

07/12/2005 - 22h34

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O país deve crescer "no máximo" 2,5% em 2005, na opinião no presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. A avaliação foi feita após o anúncio de crescimento de apenas 0,1% na produção industrial no mês de outubro, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O que se verifica é que houve uma certa recuperação no nível de atividade, mas de forma muito frágil e muito tênue ainda. Não é nada que possa compensar o efeito deste tombo que ocorreu no terceiro trimestre", avaliou após reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), nesta tarde, no palácio do Planalto.

No terceiro trimestre do ano, o PIB registrou queda de 1,2%, segundo dados divulgados na última semana pelo IBGE. A produção industrial havia caído 2,3% em setembro. O presidente da CNI destaca, no entanto, que o crescimento da indústria da transformação, da construção civil e da indústria extrativa mineral ficará, na média, entre 3% e 3,3%. "A de transformação cresce até um pouquinho mais, 3,5%", revelou.

Monteiro Neto garantiu que, mesmo com os números pouco animadores, o clima da reunião da CNDI não foi "fúnebre nem de abatimento". E comentou: "O resultado de um trimestre é algo conjuntural. O importante é você cuidar das ações estruturantes". Segundo Monteiro Neto, os empresários trataram, na reunião de hoje, da questão da taxa de juros e de custo do capital associado ao investimento, com ênfase na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). "O Brasil precisa estimular o investimento. Se não existir investimento, não teremos crescimento no futuro", destacou.