Lula anuncia concurso para seleção de 4 mil professores universitários

02/12/2005 - 20h11

Brasília, 2/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - O governo vai realizar concurso para seleção de 4 mil professores universitários. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Santo André (SP), ao lançar a pedra fundamental da Universidade Federal do ABC, recém-criada pelo governo federal. Lula acrescentou que na próxima semana haverá uma reunião ministerial para tratar de educação e que o ministério detalhará, na quarta-feira (7), como será a seleção dos docentes.

Em seu discurso, depois de enaltecer a importância da educação no desenvolvimento do país, Lula destacou programas governamentais como o Universidade para Todos (ProUni) e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem). Ele disse que o ProUni deu a 112 mil estudantes carentes a oportunidade de conseguir vaga em uma universidade particular, com direito a financiamento das mensalidades. "Desse total, 38 mil são negros, fato inédito na história do país, e 1,2 mil são indígenas", afirmou.

Já o ProJovem, observou o presidente, atenderá neste ano 200 mil pessoas de 18 a 24 anos, que não terminaram o ensino fundamental. "É o maior de todos os programas educacionais de meu governo", destacou. Os jovens selecionados estudam, recebem ajuda mensal de R$ 100 e prestam serviço comunitário na sua vizinhança.

O presidente citou as universidades recém-criadas pelo governo, como a do Paraná, a do Recôncavo Baiano, a de Dourados (MS) e a do ABC (SP). E destacou a localização deles, longe das capitais, além do investimento na criação de escolas técnicas.

Segundo Lula, em breve serão mais 32 dessas escolas. "Com as universidades, as cidades recebem desenvolvimento. Com esse megaprojeto educacional, isso vai permitir que o Brasil saia do status de exportador de soja ou minério de ferro e passe ao de um país exportador de inteligência", afirmou.

O presidente defendeu que os professores tenham um salário justo e que haja uma política de adequação salarial, "algo que não foi feito nos últimos 20 anos". A única crítica foi para o programa chamado Progressão Automática, pelo qual o aluno não é avaliado por meio de testes para cursar o ano seguinte. "Não tem um momento em que a gente pára para pensar se o aluno está aprendendo", comentou.

Ele lembrou ainda que o mundo globalizado está exigente e que, por isso, o aluno tem que ser exigido. "Eu quero que a gente seja rígido para disciplinar os alunos, isso é garantia de que o aluno vai ter um futuro decente", disse. E concluiu afirmando que "o futuro da nação depende da qualidade da educação".