Ex-diretor comercial dos Correios nega irregularidades com franquias

20/10/2005 - 0h49

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ex-diretor do departamento comercial dos Correios, Carlos Eduardo Fioravante, depôs ontem (19) na Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos (CPMI) que investiga irregularidades na estatal. Fioravante negou que tenha participado de qualquer esquema para favorecer as empresas detentoras de franquias para prestar serviços permitidos apenas aos Correios.

Ele defendeu ainda o repasse de grandes clientes aos franqueados como forma, inclusive, de aumentar as receitas dos Correios. Aos parlamentares, o ex-diretor comercial disse que as empresas são mais ágeis na prestação do serviço, o que estimularia os clientes a ampliar os contratos de envio de correspondências e mercadorias. Nesse caso, a comissão legalmente paga aos Correios pela franquia compensaria o repasse dos clientes.

"Não há sentido em limitar as franquias. Na minha opinião, o franqueado deve ter toda a liberdade de captar cliente para os Correios. Não temos capacidade operacional de estar em todos os lugares. O franqueado dos Correios deveria agir como o franqueado age no setor privado", defendeu Fioravante.

Os parlamentares criticaram o fato do ex-diretor comercial ter deixado de apresentar a CPMI documentos que explicariam o repasse de clientes dos Correios para os franqueados e as autorizações de aumento no preço de tarifa concedidas pela estatal para essas empresas. De acordo com ele, as decisões eram tomadas em reuniões da diretoria dos Correios e acabavam não sendo registradas.