Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Remanescentes de quilombos e indígenas mostram seu artesanato na II Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária em Brasília. A artesã Evangelista de Souza, do Quilombo Kalunga, de Teresina de Goiás, trouxe vasos, fruteiras e louças de argila produzidos por ela e outras nove pessoas. O grupo melhorou a qualidade das peças depois de um curso e pretende aumentar a produção. "A gente quer levar para outros lugares", disse.

Quadros de couro, brincos de pena, tambor de madeira são as atrações do estande da Associação dos Ceramistas KiniKynawa, de Bonito (MS). Além de produzir as peças e acessórios para a venda, a organização é uma forma de resgatar a cultura da tribo indígena. "A gente criou a associação porque os Kinikynawa estavam morrendo, as crianças não estavam nem mais falando a língua. Estamos começando a renascer", explicou a presidente da associação, Flaviana Fernandes, da aldeia São João, que reúne 40 famílias.

Os Jiripancó, de Palmeira dos Indíos (AL), expõem colar de semente, cocar de palha, cachimbo de madeira e anéis. É a primeira vez que eles participam da feira. De acordo com a representante da tribo, Rita de Cássia, o povo está se mobilizando para participar de outros eventos e aumentar a renda. "Nossa comunidade está começando a se organizar. Estamos tentando nos mobilizar para tentar conseguir mais renda porque o emprego é pouco. Ainda bem que somos solidários. Quando um não tem, a gente sai trocando. Quem tem feijão troca por um pouco de farinha", acrescentou.