Marcos Valério depõe há mais de 12 horas na CPI da Compra de Votos

10/08/2005 - 0h34

Brasília - O empresário Marcos Valério depõe há mais de 12 horas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos. Ele é apontado como operador do suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares, o chamado "mensalão".

Protegido por um habeas corpus emitido pelo Supremo Tribunal Federal, ele depõe como investigado e não como testemunha, o que o desobriga de responder às perguntas dos parlamentares. Logo no início do depoimento, no entanto, o empresário pediu desculpas "ao Brasil e aos parlamentares" por ter omitido informações na CPMI dos Correios, em seu primeiro depoimento, no dia 6 de julho. Ele argumentou que como os empréstimos foram para um partido, estava esperando que esse partido se pronunciasse sobre o assunto.

Na Procuradoria Geral da República, Marcos Valério teria confirmado que os empréstimos foram para o PT. E hoje disse que tem amigos políticos, mas nunca "comprou" nenhum deles: "Eu não comprei ninguém. Eu procurei ajudar de uma forma que pode não ter sido a certa."

O empresário acrescentou que não repassou recursos a nenhum partido em 2002, apenas em 1998 e a partir de 2003. Ele entregou à CPMI a lista das pessoas que receberam recursos durante a campanha de 1998 e apresentou os nomes de 31 sacadores das contas de suas empresas desde 2003. Ele prometeu levar amanhã (10), à Procuradoria Geral da República, informações sobre sua movimentação contábil nos últimos cinco anos. Segundo o empresário, essas informações serão repassadas à CPI da Compra de Votos.