Rio, 22/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ex-presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, informou, na posse de seu sucessor, José Sérgio Gabrielli, que o valor de mercado da empresa subiu de US$ 15,53 bilhões, em dezembro de 2002, para US$ 53,99 bilhões, na quarta-feira (20).
Sobre a produção, disse que em 2002 estava na média de 1,5 milhão de barris de petróleo por dia, mas caiu para 1,493 milhão de barris/dia em 2004, devido ao atraso das plataformas, entre outros motivos.
Em junho, no entanto, a média diária atingiu 1,755 milhão de barris e, segundo Dutra, a Petrobras está "no limiar da auto-suficiência". Durante sete dias do mês de junho, destacou, "a Petrobras produziu mais petróleo do que o Brasil consumiu". E no dia 23 de junho chegou a 1,834 milhão de barris/dia. Dutra disse que a estatal só anunciará a auto-suficiência quando ela for sustentável: "E esse dia está muito próximo. A partir da entrada em produção da P-50 e da P-34, nós vamos poder, talvez no fim do ano, anunciar aquilo que era um sonho de todo brasileiro há 53 anos".
Em relação ao lucro da Petrobras, o ex-presidente revelou que foi de R$ 8,98 bilhões em 2002, passando para R$ 17,795 bilhões em 2003 e para R$ 17,861 bilhões no ano seguinte. Um aumento de 120% entre 2003 e 2004, contra 77% da Statoil, 139% da IBP, 112% da Total, 121% da Esso, 91% da Shell. "Portanto, um crescimento do lucro absolutamente alinhado com as outras empresas de petróleo do mundo".
Ao se dirigir ao presidente Lula, presente à cerimônia de posse de José Sérgio Gabrielli, Dutra frisou: "Este é o resultado da gestão política da Petrobras: um dos mais altos índices de provisão de reservas em comparação com todas as empresas de petróleo do mundo".
A estatal está investindo US$ 1 bilhão para ampliar a capacidade da refinaria Duque de Caxias (Reduc) e melhorar a qualidade dos produtos processados. O ano de 2004, revelou, foi o primeiro em que a área de gás e energia teve resultado positivo na Petrobras, com um total de 460 milhões de metros cúbicos produzidos.
José Eduardo Dutra confessou estar saindo da presidência da Petrobras "com certa tristeza pelo fato de não termos conseguido ainda resolver a questão da Petros [fundo de pensão dos funcionários]". Afirmou, contudo, estar certo de que o problema do déficit da Petros, estimado em R$ 5 bilhões, será equacionado por seu sucessor.
