Procurador se diz contra liberação de importador e de irmão da proprietária da Daslu

13/07/2005 - 23h32

São Paulo, 13/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - O procurador da República em Guarulhos, Matheus Baraldi Magnani, disse há pouco que foram contraditórios e "pouco verossímeis" os depoimentos de Antonio Carlos Piva de Albuquerque, irmão da empresária Eliana Piva de Albuquerque Tranchesi, dona da Daslu, presa durante a Operação Narciso e liberada na noite desta quarta-feira, e de Celso de Lima, empresário do setor de importações.

Eles foram presos por crime de sonegação fiscal, falsificação de documentos, descaminho (entrada de produtos sem a devida documentação) e formação de quadrilha e de acordo com o procurador, "pelo teor dos dois depoimentos, são situações diferentes e por ora me parece precipitada a soltura deles".

Celso de Lima, ainda segundo o procurador, é contador e sócio de empresa de importação e acabou confessando um ilícito que não foi divulgado devido ao sigilo no processo. A Operação Narciso foi realizada em conjunto pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal.

Durante entrevista coletiva, à tarde, o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, José Ivan Guimarães Lobato, afirmou que a ação "foi mais um golpe contra o crime organizado". Ele informou que as investigações começaram há dez meses, a partir da apreensão de mercadorias como sapatos e bolsas, no aeroporto Internacional, em Guarulhos.

A investigação e os documentos apreendidos hoje indicam que as empresas importadoras subfaturavam o preço das mercadorias, reduzindo os valores referentes ao Imposto de Importação, e também era sonegado o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O material recolhido será, depois, transferido para a Receita Federal.