Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Mauro Marcelo de Lima e Silva disse há pouco no Palácio do Planalto que pediu para sair do cargo: "Eu pedi para sair". Quanto à mensagem que escreveu e divulgou no boletim da Abin, Mauro Marcelo informou que a mensagem foi interna, para os funcionários da Agência. Nas declarações dadas por ele por meio do informe interno da Abin, Mauro Marcelo classifica os parlamentares da CPI que investigam as denúncias de corrupção nos Correios de "bestas-feras em pleno picadeiro".

Mauro Marcelo de Lima e Silva tentou justificar os termos: "Se vocês procurarem no Dicionário Houaiss, besta-fera é situação humilhante e picadeiro é o palco onde ele (o agente Edgar Lange) foi exposto. A mensagem não era para ofender os deputados nem o Congresso, mas dizer que ele foi humilhado à execração pública".

O texto com as declarações do diretor-geral da Abin foi lido à tarde pelo deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios. O relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR) esclareceu na sessão que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Armando Félix, confirmou as declarações de Mauro Marcelo de Lima e Silva divulgadas na nota distribuída internamente na Abin.

Na nota, ele expressa que há mais de um mês tem acompanhado com "perplexidade" o envolvimento do nome da Abin nas investigações de corrupção dos Correios e que teria tentado impedir o depoimento do agente Edgar Lange à CPI. Isso, segundo ele, traria estragos à atividade profissional do agente e à reputação da Agência Brasileira de Inteligência.