Pesquisadores comemoram nascimento da primeira fêmea de peixe-boi em cativeiro

15/04/2005 - 0h10

Brasília - O nascimento da primeira fêmea de peixe-boi da Amazônia em cativeiro foi comemorado pelos pesquisadores do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), do Ministério da Ciência e Tecnologia. A assessoria de Imprensa do ministério informa que o quinto filhote nascido em cativeiro, na madrugada do dia 6, segundo a coordenadora do Laboratório de Mamíferos Aquáticos, Vera Silva, "consolida o trabalho de manejo realizado, especialmente quando o animal está ameaçado de extinção".

O primeiro filhote de peixe-boi da Amazônia a nascer em cativeiro nos tanques do Laboratório foi o Erê, em 1998. De acordo com a assessoria, foi a primeira ocorrência no mundo, resultado das pesquisas e técnicas desenvolvidas pelo laboratório, como, por exemplo, o leite enriquecido com gordura e polivitaminas, além dos trabalhos feitos sobre o monitoramento da fisiologia e biologia do animal.

A pesquisadora Vera Silva lembra, ainda segundo a assessoria, que o acompanhamento do metabolismo, da respiração, dos parâmetros sangüíneos, urinários e hormonais, a fim de verificar a saúde e o ciclo de reprodução das fêmeas, são procedimentos caros. E que um dos parceiros, o Projeto de Proteção as Florestas Tropicais (PPG-7), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), liberou cerca de R$ 500 mil, investidos em infra-estrutura, uma nova dieta láctea, transporte e outros gastos.

Os animais que chegam à instituição são levados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Muitos são encontrados pelo ribeirinho ou caíram em malhadeiras acidentalmente. Em casos mais extremos, são capturados por pescadores para atraírem a mãe, porque a carne é apreciada por alguns moradores de comunidades da região, acrescenta a assessoria do Ministério da Ciência e Tecnologia.