Agricultores familiares de Salinas (MG) exportam cachaça para a Itália

05/01/2005 - 22h45

Brasília - Agricultores familiares da região de Salinas, no norte de Minas Gerais, estão exportando cachaça para Itália. Graças a um projeto criado pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG) e a Escola Agrotécnica Federal de Salinas (Eafs), 109 produtores rurais da região já exportaram dez mil garrafas da cachaça Terra de Ouro a empresas que comercializam o produto no mercado italiano.

A cachaça Terra de Ouro é produzida pela Coopercachaça, uma cooperativa que faz parte do Programa Regional da Cachaça da Micro Região de Salinas e é financiada pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), gerido pela SAF/MDA, e pelo Fundo de Desenvolvimento Rural de Minas Gerais (Funderu). Os produtores familiares de Salinas plantam 250 hectares de cana-de-açúcar e trabalham em oito fábricas comunitárias que beneficiam quatro municípios da região. A estimativa de produção é de um milhão de litros de cachaça por ano.

Os produtores da Coopercachaça trabalhavam para empresas privadas. Agora possuem receita própria e estão capacitados para a realização de todo o processo produtivo, desde o plantio da cana-de-açúcar até a comercialização da cachaça. Para o secretário da Agricultura Familiar, Valter Bianchini, além de melhorar a qualidade de vida do agricultor, a produção de cachaça traz estabilidade financeira, gera trabalho, elimina o êxodo rural e promove o desenvolvimento comunitário. "A produção por meio de fábricas cooperadas, com apoio tecnológico e pesquisa constantes, garante qualidade, volume para comercializar e preço justo", disse.

A partir de agosto do próximo ano, a região de Salinas vai contar ainda com a implantação do curso superior de tecnologia em produção de cachaça, implantado pela Eafs. Segundo o diretor da instituição, Adalcino França Júnior, o primeiro curso tecnológico em produção de cachaça de alambique do País vai formar profissionais capacitados em assistência técnica rural e elaboração e gestão de projetos dentro da cadeia produtiva da aguardente de cana-de-açúcar. O curso terá duração de três anos e uma grade curricular de 31 disciplinas.

As informações são do Ministério do Desenvolvimento Agrário