Executivo do governo acha que pensamento de esquerda facilita união na América Latina

01/12/2004 - 23h46

Andréia Araújo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Fernandes, que também é especialista em política internacional, disse, durante o programa "Diálogo Brasil", transmitido há pouco em rede pública de televisão pela TV Nacional, que os países da América Latina vivem "uma safra de governos de esquerda", que valorizam a promoção da igualdade. E por esse "pensamento comum", Fernandes acredita que seja mais fácil promover uma união entre os países latino americanos.

Outro aspecto que contribui para a fase de união entre as nações latino-americanas é que os países estão adotando modelos econômicos parecidos., segundo ele. Fernandes explicou que há alguns anos o Brasil adotava o modelo de câmbio flutuante e a Argentina adotava a dolarização da econômia, que eram modelos muito diferentes. Agora, diz o secretário, os países da America Latina, e em especial os membros do Mercosul, caminham para não só uma união aduaneira, mas também uma provável adoção de modelo comum, tendo como exemplo a união européia.

Indagadosobre a taxação a alguns produtos brasileiros, o que poderia atrapalhar a consolidação do Mercosul, o diretor do Centro de Estudos Políticos Econômicos e Sociais da Universidade Nacional de Quilmes, na Argentina, Carlos Cacho Álvarez, explicou que alguns setores na Argentina "tem problemas" e que seriam hoje prejudicadas pelos acordos. Ele concordou que interesses particulares são um problema na integração do Mercosul.

Para o diretor, a integração dos países da América Latina não é um problema para ser enfrentado no Brasil. O que precisa ser feito pelo governo brasileiro, em sua opinião, é conseguir a diminuição de impostos, aumento no número de empregos, garantia da educação e saúde. "Se o Brasil conseguir investir nesses aspectos, vai conseguir crescer e consequentemente vai levar toda a America Latina para frente", disse.