PT avalia que saiu fortalecido das eleições municipais

21/11/2004 - 18h06

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Reunido neste final de semana, em São Paulo, para avaliar os resultados das eleições municipais de 2004, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores chegou a conclusão que o partido saiu fortalecido das urnas. "O PT teve um grande desempenho eleitoral nesta eleição em número de votos, número de prefeituras e número de cidades em que garantimos a reeleição", sintetizou o presidente nacional do partido, José Genoíno. "Perder uma eleição política faz parte da rotina democrática de alternância de poder", disse.

Ontem, o partido reservou o dia para os debates. Trinta dirigentes fizeram intervenções na reunião – entre eles a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, que apresentou um balanço de sua gestão. Ela apontou como possíveis causas para sua derrota as dificuldades decorrentes do endividamento do município e ao boicote político do governo FHC nos primeiros dois anos de administração. Em um discurso polêmico, a prefeita também indicou como fatores da derrota erros administrativos na saúde e na questão tributária e "o desgaste do governo federal, por conta de fatores políticos, midiáticos e sociais próprios à conjuntura nacional".

Apesar da intervenção da prefeita, Genoíno assegurou que o diretório não analisou cada prefeitura, caso a caso. Foi uma avaliação geral e a conclusão consta na resolução do campo majoritário, aprovada por 34 votos. O documento diz que a disputa teve um caráter essencialmente municipal, com incidência de alguns temas nacionais. "As derrotas, certamente, encontram explicações em causas locais e em causas gerais, relacionadas com a atuação do PT", diz o documento. Genoíno fez questão de esclarecer: "Achamos que a eleição teve basicamente causas locais e relacionadas com os posicionamentos gerais do partido".

A resolução aprovada também faz um balanço das urnas. O número de prefeituras conquistadas subiu de 187, em 2000, para 411. Além disso, o PT foi o partido mais votado nos dois turnos, com 16,3 milhões de votos e 6,9 milhões, respectivamente. Apesar disto, o documento concorda com a resolução da oposição, que propunha um balanço detalhado das derrotas. "Há muitas lições a retirar deste processo, relacionada com a importância estratégica da militância partidária e as nossas relações com os movimentos sociais", diz o documento elaborado pela oposição e derrotado com 21 votos. Neste aspecto, não há discordância entre as resoluções.

As divergências surgem quando o assunto é a política de alianças. Enquanto a oposição acredita que é necessário avaliar os problemas gerados por esta política, o campo majoritário diz que tal política foi "necessária e eficaz", ressaltando que "apesar do acerto geral da política de alianças, o PT deve refletir sobre sua amplitude e seus limites". Genoíno enfatizou a recomendação de que o Partido dos Trabalhadores tem que "colaborar" para obter a maioria política na Câmara e no Senado "mesmo que, para isto, o partido tenha que ceder espaço e melhorar a interlocução".

O presidente do partido disse que o PT está sugerindo aos prefeitos e prefeitas eleitos que façam governos de composição com os partidos aliados, especialmente aqueles que se aliaram no segundo turno.