Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDEs) terá agora a tarefa de acelerar a execução de projetos que vão assegurar o crescimento sustentável do país, especialmente no que se refere à política industrial. Terá também papel muito importante na execução das Parcerias Público Privadas, cujo relatório já foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, faltando agora ser apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça da casa, para ir à votação em plenário.

A nova diretriz do banco foi passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ministro do Planejamento, Guido Mantega, que assume em substituição ao economista Carlos Lessa. Ao ser anunciado para o cargo no Palácio do Planalto no final da tarde, pelo porta-voz da Presidência da República, André Singer, Mantega afirmou que vai trabalhar em prol da confirmação do papel do BNDES como banco de desenvolvimento, missão que vinha sendo cumprida por Lessa, segundo afirmou.

Ele elogiou Lessa também como homem público, afirmando que o BNDES tinha perdido o rumo, distanciando-se da vocação original para a qual foi criado, e Carlos Lessa o recolocou nesse trilho de desenvolvimento. Guido Mantega informou que a instituição terá em caixa, no próximo ano, R$ 60.8 bilhões para a iniciativa privada e que vai procurar tornar mais ágeis os financiamentos. O novo presidente do BNDES lembrou o papel do banco no crescimento sustentável, afirmando que em 2004 a economia crescerá acima de 4% e caminhará para 4,5% ou 5% no próximo ano.

O BNDES tem uma das estruturas mais bem equipadas do Governo Federal, com uma burocracia de alto nível e que envolve a maior concentração de quadros de alto nivel entre as instituições da República, segundo Mantega. Por isso, ele prometeu valorizar os funcionários, dizendo que boa parte deles será aproveitada. Mas, disse que foi informado da nova missão hojee e, por isso, ainda precisa tomar pé da situação, para pensar em nomes.

O Governo Lula, segundo Mantega, tem uma equipe coesa, com as várias instituições trabalhando em conjunto e o BNDES vai trabalhar em sintonia com o Ministério do Desenvolvimento, que, conforme lembrou, tem funções complementares, como impulsionador da política industrial. A sintonia é necessária também com o Ministério do Planejamento, que tem visão de longo prazo e com o Ministério da Fazenda, disse ele .

O novo presidente do BNDES informou que manteve hoje dois contatos com o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, com quem partilha há dois anos o Conselho de Administração do BNDES, além de integrarem a Câmara de Política Econômica e os Conselhos de Desenvolvimento do Governo. Para Mantega, a boa gestão pública deve ser o objetivo de todos os órgãos do governo, agilizando os procedimentos ligados à implementação de projetos e as ações de governo, reduzindo a burocracia e otimizando os gastos para que a máquina pública dê bons resultados.

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