Brasil pode construir navio-patrulha com outros países do Continente

23/06/2004 - 22h53

Brasília, 23/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil poderá desenvolver um navio-patrulha em cooperação com outros países da América do Sul, informou hoje o ministro da Defesa, José Viegas, ao participar da conferência "Rumo a uma nova adquitetura da segurança global: o aporte da América Latina".

A proposta surgiu numa reunião realizada em Buenos Aires, na Argentina, em maio e é considerada por Viegas emblemática para a convergência do Brasil com as forças de defesa da América do Sul: "A idéia é que as Marinhas da América do Sul que se interessarem por ela disponham de um navio-patrulha que seja produzido em conjunto pelas diferentes indústrias de defesa",

O ministro disse que um navio é um instrumento suficientemente complexo para permitir uma boa divisão de trabalho. "Determinado país faz o casco, outro faz parte navegação, outra pode fazer parte de armamento. Então, há muita possibilidade de dividir o trabalho, criar mais previsibilidade para o desenvolvimento das indústrias de defesa e uma harmonia cada vez maior entre as nossas forças, que não foram feitas para lutar contra as outras, mas para defender objetivos comuns", acrescentou.

Viegas contou que a proposta teve uma boa acolhida na Marinha brasileira que, segundo ele, já está definindo os requisitos que um navio patrulha brasileiro deva ter. "Os países que se interessarem passarão a desenvolver o projeto", ressaltou.

O ministro defendeu durante conferência a união entre os países, desde que se respeite a individualidade de cada um. "Cada estado tem direito de definir as suas prioridades em termos de segurança", disse. "Vamos buscar unidade, mas vamos respeitar o direito de cada país de definir a maneira como enfrentará ameaças que são compartilhadas", acrescentou. Para Viegas, as ações conjuntas podem fortalecer os paises e criar condições de confiança mútua.

Nos dias 7 e 8 de julho, o ministro José Viegas vai visitar as tropas da Força de Paz no Haiti, acompanhado dos ministros da Defesa da Argentina, Chile e Uruguai.Viegas disse que o trabalho no Haiti está correndo bem: "Claro que não se trata de missão sem riscos. Risco existe em qualquer missão de paz, mas é preciso frisar também que nós não estamos indo para um cenário de guerrae sim para uma operação de paz: contribuir para a segurança do país e para a reconstrução das instituições democráticas haitianas". O Brasil enviou para o Haiti 1.200 homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.