Brasília, 4/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O maior desafio do Brasil para a implementação de políticas de gênero e tecnologia é a condição das mulheres no processo de inclusão digital. Este foi o foco das discussões no Seminário Nacional sobre Responsabilidade Social: Uma Parceria em Gênero, Desenvolvimento e Tecnologia.

De acordo com a especialista em Gênero da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Laís Abramo, a escolaridade e a presença da mulher em setores técnicos aumentaram no mercado de trabalho, mas as diferenças salariais e de oportunidade entre homens e mulheres se mantêm.

"É importante tentar romper com a idéia de que tecnologia é um território masculino. Isto deve ser feito desde a pré-escola até a orientação vocacional, para direcionar as mulheres para áreas tecnológicas. Assim, o trabalho da mulher será tão valorizado quanto o do homem", afirma Laís Abramo.

A professora de Psicologia da Universidade de Brasília, Gláucia Diniz, explicou que a condição feminina foi enfatizada porque os dados estatísticos apontam maior presença das mulheres no mercado informal de trabalho e em situação de pobreza. "Se a tecnologia está trazendo uma nova forma de interagir com o mundo, existe a preocupação de que mulheres que já vivem em desigualdade não sejam colocadas em uma situação ainda pior em função de um novo analfabetismo, devido à falta de acesso à informação", diz.