ANEEL afirma que distribuidoras de energia melhoraram atendimento

21/05/2004 - 19h56

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O número de vezes e o total de horas que o brasileiro ficou sem luz, no ano passado, diminuíram, segundo levantamento anual feito pela fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A pesquisa mede a freqüência e a duração das interrupções no fornecimento de energia elétrica prestado pelas 64 distribuidoras do país.

O levantamento constatou que houve uma evolução das empresas na prestação do serviço, na comparação com 2002. Em 2003, o indicador que mede a duração da interrupção de energia, o Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC), ficou em 16,4 horas e o que mede a freqüência, o Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), em 12,96 horas. Uma redução de 12,3% e de 16,1%, respectivamente, em relação aos resultados do ano anterior.

Segundo a Aneel, em todas as regiões registrou-se queda no número de vezes que os consumidores ficaram sem energia. Elas também registram redução na duração das interrupções, com exceção do Sul, por causa da piora dos indicadores de três grandes concessionárias da região: a Copel (Paraná), Celesc (Santa Catarina) e a RGE (Rio Grande do Sul).

De 1998 até 2003, os indicadores que medem a duração e freqüência dos blecautes caíram 31,6% e 34,8%, respectivamente. Somente em 2002, não houve queda dos indicadores devido dois grandes desligamentos na região Sudeste e redução de investimentos das distribuidoras, em conseqüência do racionamento de 2001 a 2002.

Regiões

A Aneel informou que a boa média nacional obtida em 2003 não se refletiu em todas as distribuidoras.

No Centro-Oeste, as empresas Cemat (Mato Grosso) e Celg (Goiás) tiveram interrupções no fornecimento de energia com duração acima da média nacional. As duas empresas mais a Chesp (Goiás) também apresentaram mais desligamentos que a média do país.

Todas as distribuidoras do Sudeste diminuíram a duração dos desligamentos, exceto a Mococa (São Paulo/Minas Gerais). A Light e a Cerj, que abastecem o Rio de Janeiro, são as únicas a apresentarem desligamentos mais duradouros que a média do Brasil. As empresas melhoraram quanto à freqüência, exceto a Cerj que ficou acima da média.

No Norte, a freqüência dos desligamentos das oito concessionárias que abastecem a região foi maior que a média. Com exceção da Manaus Energia e a Boa Vista Energia, em todas as outras a duração dos eventos ficou acima da média do Brasil.

As empresas que atendem o Nordeste reduziram a freqüência dos desligamentos, exceto a Celb (Paraíba). O levantamento indicou que das onze distribuidoras da região, em quatro a duração das interrupções de energia foi maior no ano passado em relação a 2002.

Na região Sul, apenas cinco, em um universo de 16, tiveram desligamentos com freqüência menor que a média do país. E sete empresas apresentaram piora quanto à duração dos blecautes em relação a 2002.

A agência reguladora explicou que se as empresas descumprem as metas de qualidades, de freqüência e duração dos desligamentos, definidas para cada uma delas, ficam sujeitas a punições, como notificação até multa de 1% do faturamento anual. Em 2003, 26 distribuidoras foram multadas por desrespeitarem as metas. As multas somaram R$ 35,3 milhões.