Entidades e movimentos sociais iniciam ''Mutirão por um novo Brasil''

07/05/2004 - 21h03

Brasília, 7/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A 4ª Semana Social Brasileira (4ª SSB), que ocorre em Brasília desde quinta-feira e termina no domingo, dará início ao "Mutirão por um Novo Brasil". Durante três anos, representantes de diversas entidades e movimentos sociais da Igreja Católica e Cristã irão mobilizar a população nos 26 estados e no Distrito Federal. O objetivo é articular a população para lutar por um país mais justo, não só fazendo cobranças, mas participando e ajudando a governar o Brasil.

A primeira Semana Social Brasileira foi iniciada em 1991 a partir de uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo Dom Demétrio, presidente da Cáritas e da 4ª SSB, a Igreja é a instituição que mais está presente em todo o país. "A Igreja sente que o compromisso dela é ajudar a população a se dar conta que agora somos chamados a nos articular melhor. Requer-se hoje não só mais governo, mas mais cidadania" disse.

Dom Demétrio disse que o Brasil tornou-se extremamente dependente do capital estrangeiro, especialmente a partir da década de 80. Segundo ele, o governo não tem condições de enfrentar sozinho o problema, e precisa do apoio da população. "Para sair dessa dependência é preciso haver mobilização social. O governo precisa ter mais condições de sustentar um posicionamento político que possa confrontar com o contexto mundial que vivemos hoje", defendeu.

Além da CNBB, a Semana Social Brasileira é promovida em parceria com Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), e a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). As três entidades representam vários segmentos religiosos do país. Segundo o Padre Pe Gabriele Cipriani, Secretário para os Programas do CONIC, as igrejas que fazem parte do conselho são as que desde os anos 70 e 80 vêm promovendo uma luta social no país. "É claro que tem muitas outras igrejas que não concordam com esse tipo de compromisso, mas as que fazem parte do conselho estão de acordo", afirmou.

As Semanas Sociais Brasileiras são realizadas de três em três anos. Desde 1991 essa articulação já desencadeou importantes movimentos sociais. O Grito dos Excluídos, o Simpósio da Dívida Externa e o Plebiscito da ALCA foram apenas alguns dos movimentos gerados a partir dessa mobilização.