Documentário sobre Glauber Rocha emociona platéia do Festival de Brasília

21/11/2003 - 0h54

Brasília, 21/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Vinte e dois anos após sua morte, Glauber Rocha permanece na memória dos cineastas e no jeito único de fazer cinema. "Glauber, o filme – Labirinto do Brasil", do diretor Silvio Tendler, foi o longa metragem exibido ontem (20), na segunda noite de mostra competitiva do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

O documentário revela a personalidade marcante do cineasta mais famoso do Brasil e expoente máximo do Cinema Novo. Com a frase, "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", Glauber fez cinema a seu modo. Discursava contra as multinacionais e inventava novas técnicas de filmagem. Foi preso em 1965, pela ditadura militar e se exilou em 1971, nos Estados Unidos.

"Glauber, o filme – Labirinto do Brasil" começou a ser rodado ainda em 1970 e só agora pode ser exibido, pois a mãe do homenageado não permitiu que o filme fosse liberado antes, já que contém imagens do enterro do corpo do cineasta, que morreu em 23 de agosto de 1981, aos 42 anos. Em uma entrevista, no documentário, Glauber brincou com o destino ao afirmar que "Che Guevara morreu com 38 anos, eu já estou com 42. É muito tempo para um latino-americano".

O filme de Silvio Tendler foi aplaudido de pé pela platéia do Cine Brasília. A mostra competitiva prossegue hoje com a exibição de "Filme de Amor", de Júlio Bressane, e dos curtas-metragens "A Lata", de Leopoldo Nunes (SP) e "Cartas da Mãe", de Fernando Kinas e Marina Willer (SP).