Marina Silva reafirma em nota posição contra plantio de trangênicos

19/09/2003 - 22h33

Brasília, 19/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Depois de se reunir no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para deixar clara a sua posição contrária ao plantio de transgênicos no país, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, divulgou, no início da noite de hoje, nota oficial para deixar clara a sua posição. A nota afirma que a atual legislação deve ser cumprida, "e que qualquer solução adotada deverá ter sustentação jurídica". A posição do ministério, segundo a nota, é em defesa do princípio da precaução e do cuprimento da exigência constitucional de licenciamento ambiental.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu à tarde, no Planalto, com ministros e parlamentares, para discutir sobre os transgênicos. O encontro com Marina Silva foi depois, já que a ministra já demonstrou publicamente que é contra os produtos geneticamente modificados. O presidente decidiu que até segunda-feira (22) vai tornar pública sua decisão sobre liberar ou não o plantio de sementes transgênicas na safra agrícola 2003/2004. Caso escolha pela autorização do plantio dos trangêncios, Lula vai comprar briga com a ministra Marina Silva. Por outro lado, ele não quer causar prejuízos aos agricultores que já adquiriram as sementes para a safra deste ano.

Segundo o governador do Rio grande do Sul, Germano Rigoto (PMDB), que participou da primeira reunião com o presidente, Lula deve decidir o impasse até a próxima segunda-feira, provavelmente antes de embarcar para uma viagem aos Estados Unidos, México e Cuba.
A decisão do presidente vai se englobar somente a safra 2003/2004. A decisão final do governo sobre os transgênicos será tomada por meio de projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional.

Segundo o governador Germano Rigotto, o presidente Lula deve optar pela liberação das sementes transgênicas como forma de evitar prejuízos aos agricultores, principalmente os gaúchos, que estão na expectativa de iniciar o plantio da soja em duas semanas.