Banco da Amazônia financiará 1º pólo de fruticultura da região

22/08/2003 - 23h11

Brasília, 22/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à fábrica da Central de Cooperativas Nova Amafrutas, em Benevides, no Pará, na quinta-feira, marcou o início da implantação do primeiro pólo de fruticultura da região amazônica. A ampliação da unidade industrial de sucos concentrados de frutas regionais será viabilizada com um crédito financiamento de R$ 13 milhões a ser concedido pelo Banco da Amazônia (Basa), com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). Assim, a Nova Amafrutas, que atualmente absorve a produção de 1.033 famílias de agricultores em 14 municípios, passará a demandar a oferta de frutas cultivadas por até 4 mil agricultores familiares em 29 municípios, tornando o nordeste do Pará um dos centros mais dinâmicos da agroindústria do Estado e da Região.

A Nova Amafrutas pode ser considerada uma iniciativa das mais bem-sucedidas no campo da cooperação e da parceria pelo desenvolvimento sustentável, aquele no qual o crescimento econômico é revertido em benefício social para a população. Agricultores de pequeno e médio porte e empregados da Amafrutas – uma indústria que estava à beira da falência – uniram-se há três anos para tocar o empreendimento do qual dependem 800 famílias de produtores rurais da região, que abasteciam a antiga Amafrutas de maracujá para a fabricação de suco concentrado e estavam prestes a ficar sem mercado. Hoje, produtores rurais e empregados da fábrica, reunidos em três cooperativas diferentes, são os donos do empreendimento, que cresceu a ponto de se tornar o carro-chefe do futuro pólo de fruticultura.

Este ano, a Nova Amafrutas vai processar 12 mil toneladas de maracujá, para produzir 1 mil toneladas de suco concentrado. Com o apoio financeiro do Banco da Amazônia e de outras instituições financeiras, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil, a indústria será o ponto de convergência das cadeias produtivas não só do maracujá, mas também da laranja, do abacaxi, da acerola, da manga, do limão, da tangerina, do mamão, da melancia, do caju e da goiaba. Com a expansão, a produção de suco concentrado deverá chegar a 69,9 toneladas/ano e o faturamento da Central de Cooperativas, que para este ano está previsto em R$ 7,4 milhões, deverá chegar, em 2008, a R$ 34,5 milhões.

A ampliação da produção tem mercado garantido, graças à parceria da Nova Amafrutas com a empresa holandesa Passina, que já absorve 2 mil toneladas de suco concentrado de maracujá da Nova Amafrutas por ano. A Passina é líder mundial no comércio de suco concentrado de maracujá. No ano passado, o acordo de exportação com os holandeses gerou receita de US$ 1,4 milhão, dos quais, R$ 3,2 milhões foram transferidos aos produtores rurais, a título de remuneração, sem perdas com atravessadores.