Governo dá por encerrado episódio do pouso de avião francês em Manaus

20/08/2003 - 22h23

Brasília, 20/08/2003 (Agência Brasil-ABr) - O governo brasileiro considera diplomaticamente encerrado o episódio que envolveu o pouso de um avião francês no aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus. A afirmação é do Ministro da Defesa, José Viegas, ao dar explicações aos senadores, durante audiência pública na Comissão de Relações do Senado Federal. "As satisfações públicas dadas pelo governo francês de que serão envidados todos os esforços para que episódios como este não voltem a ocorrer, levaram o Ministério das Relações Exteriores a considerar que o assunto está encerrado", disse o ministro Viegas.

A aeronave, um Hércules C-130 da Força Aérea Francesa, com 11 passageiros e tripulantes a bordo, recebeu autorização de pouso no dia 9 de julho, em Manaus, para uma escala técnica destinada a embarques e desembarques de passageiros. Só que quatro pessoas do grupo fretaram um pequeno avião e foram para a região de Paulo de Oliveira, próximo à Colômbia, para negociar com integrantes do movimento guerrilheiro FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, a libertação da ex-senadora e ex-candidata à presidência da República da Colômbia, Ingrid Bitancout, que tem cidadania francesa.

Os senadores amazonenses Mozarildo Cavalcanti (PPS) e Jéferson Peres (PDT), argumentaram que, no que pese a malograda ação humanitária sem o conhecimento do governo brasileiro e as boas relações entre Brasil e França, o episódio vem reafirmar a necessidade de reforçar a segurança na região chamada "Cabeça de Cachorro", no norte do Estado do Amazonas, fronteira com a Colômbia.

O ministro José Viegas disse que o Brasil tem todo interesse que o entendimento, a governabilidade, a unificação e a paz prevaleçam na Colômbia. "O interesse maior do Brasil está na estabilidade na América do Sul. As oportunidades de conjugação de esforços existem e devem ser aproveitadas e as Nações Unidas são o órgão que tem representatividade internacional" disse José Viegas.

Para o Ministro da Defesa, a excessiva intromissão de agentes internacionais não multilaterais poderiam desfigurar a equação do interesse de todos os países sul-americanos de contribuir para uma legítima consolidação da paz no território colombiano, sem projetar implicações internacionais que são estranhas à nossa região e à situação da própria Colômbia.