Para dirigente da CUT, reforma sindical deve preceder reforma trabalhista

12/08/2003 - 14h35

Rio, 12/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O secretário nacional de Organização Sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique da Silva Santos, disse hoje que a reforma trabalhista tem de ser precedida da reforma sindical, cuja legislação data de 70 anos, favorecendo a existência de uma grande quantidade de sindicatos que na verdade não têm representatividade para as negociações salariais. Segundo o sindicalista, o censo de 2001 revelou que existem 16 mil sindicatos no país, dos quais 12 mil são de trabalhadores e 4 mil de empregadores. No entanto, a cada ano o Ministério do Trabalho recebe de 600 a 700 pedidos de registro de sindicatos.

Para ele, a maioria dos sindicatos criados está preocupada em arrecadar o imposto sindical e não em representar o trabalhador na mesa de negociações com o empresariado. "É por isso que uma das bandeiras da CUT na reforma sindical é a suspensão do desconto de um dia de trabalho por ano do trabalhador e uma nova discussão sobre a forma de contribuição sindical. O ideal é que o trabalhador tenha liberdade de escolher qual sindicato vai representá-lo e, a partir daí, decidir, em assembléia, como vai contribuir para a entidade desenvolver as campanhas salariais", afirmou Arthur da Silva Santos.

O sindicalista participa, na sede da Confederação Nacional do Comércio, da terceira reunião das principais lideranças empresariais e sindicais do país. No encontro, serão elaboradas propostas que serão levadas aos debates do Fórum Nacional do Trabalho, instalado no mês passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fornecer subsídios para a redação da futura reforma trabalhista.