Funarte discute política de ocupação de espaços culturais em Brasília

08/08/2003 - 21h41

Brasília, 8/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Funarte realizou hoje, com o Fórum de Cultura e a Cooperativa Brasiliense de Teatro, a primeira de uma série de reuniões para definir uma política de ocupação dos seus espaços culturais em Brasília. O Coordenador de Difusão Cultural da Fundação em Brasília, José Deuvinei dos Santos, confirmou que já existe um edital de emergência que disponibiliza toda a infra-estrutura técnica e de recursos humanos para que sejam apresentados espetáculos de teatro, dança e música, que serão realizados de quarta-feira a domingo, no período de 15 de setembro a 21 de dezembro.

"O objetivo das reuniões é discutir com a comunidade, a classe artística e os representantes da Funarte do Rio de Janeiro o cronograma de como as salas do complexo cultural serão utilizadas a partir de janeiro do ano que vem" afirma Deuvinei.

O coordenador prevê que o Teatro Plínio Marcos seja inaugurado em outubro e que o galpão do Complexo Cultural Funarte seja transformado em uma filial da Escola Nacional de Circo em Brasília. Segundo Deuvinei, só após a conclusão desta etapa, a Funarte deixará de se preocupar com a revitalização e dará prioridade à ocupação dos espaços culturais.

O representante do Fórum de Cultura, o ator e produtor Leonardo Hernandez, acredita que os espaços culturais da cidade têm recursos financeiros e já cumprem seu papel. Por isso, as salas da Funarte deveriam ser um pólo cultural, dedicado à pesquisa, convivência e criação artística. O local seria um abrigo para grupos que não se encaixam no mercado, mas que precisam de apoio para desenvolver seus espetáculos.

Hernandez define essa política como territorialização. "Nos espaços culturais, os espectadores consomem os espetáculos, mas não se apropriam dele. Em um pólo cultural, o público é protagonista do fazer artístico, e não mero consumidor", define o produtor.

A Cooperativa Brasiliense de Teatro, representada pelo diretor Ricardo Gucci, defende a ocupação das salas, via edital, em um calendário fixo de parcerias com os produtores locais. Assim, poderão produzir festivais de música, teatro e dança. Outra preocupação da cooperativa é a criminalidade. Segundo Gucci, a região é notória pelo roubo de carros. Por isso, acham importante que se crie uma forma de aliar divertimento e segurança.

Para discutir estes diferentes pontos de vista, os organizadores dos debates pedem a participação do público e da classe artística. O próximo encontro será no dia 14 de agosto.