Banestado: procurador e perito dizem na CPI que chegaram a 269 nomes

30/07/2003 - 23h28

Brasília, 30/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Terminou há pouco a reunião da CPI do Banestado, iniciada às 10 horas da manhã, com depoimento do procurador da República, Luiz Francisco de Souza e do perito Renato Barbosa. Houve uma sessão reservada de cinco horas quando os depoentes apresentaram nomes de servidores públicos, políticos e empresários que são suspeitos de participarem ou se beneficiarem da evasão de divisas através das contas CC 5 via Foz do Iguaçu (PR). O procurador e o perito disseram que nos cruzamentos de informações chegaram a 269 nomes de servidores públicos ou homônimos; 124 candidatos a prefeitos ou vereadores ou homônimos além de 29 candidatos a deputados estaduais, federais e senadores.

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) informou que os dados apresentados pelos depoentes foram muito consistentes e que eles citaram contas estranhas. Em uma delas, aparece o nome da Petrobras. A senadora disse ainda que há nomes de servidores públicos, políticos e empresários conhecidos, que teriam participado ou se beneficiado dos esquema de evasão.

O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) considerou a audiencia de hoje a mais positiva, didática e elucidativa. Ele informou que os nomes apresentados são frutos de cruzamento e que evidentemente há muitos homônimos, mas que também aparecem nomes suspeitos porque são raros.

O relator, deputado José Mentor (PT-SP), disse que foi apontada uma série de rumos sobre a investigação que está sendo feita pelo núcleo de Brasília, em especial relativas à improbidade administrativa de órgãos públicos. Ele observou ainda que todos os nomes apresentados pelo procurador e pelo perito estão sob investigação e que não poderiam ser revelados à imprensa.

Mentor informou que na terça-feira da próxima semana (5), a CPI votará uma série de requerimentos para dar prosseguimento às investigações, ouvindo funcionários acusados de participarem da montagem do esquema de Foz e que teriam sido beneficiados no esquema de evasão de divisas.