FNE injeta recursos na economia nordestina

13/07/2003 - 11h12

FNE injetou R$ 218 milhões na economia nordestina

Brasília, 13/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - As contratações do Banco do Nordeste com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) totalizaram R$ 218 milhões nos seis primeiros meses deste ano, 86% de tudo quanto foi aplicado em todo o exercício passado - R$ 254 milhões. Em relação ao mesmo período de 2002, registrou-se uma expansão de 164% no volume das operações. Do montante aplicado no primeiro semestre deste ano cerca de R$ 190 milhões foram viabilizados a partir da posse do novo presidente do Banco, economista Roberto Smith, em fevereiro.

Segundo Francisco de Assis Arruda, diretor da Área de Negócios e Gestão de Pessoas, do total aplicado este ano mais de 47% foram injetados no setor agropecuário, que ficou com R$104 milhões, contra R$ 114 milhões dos setores industrial, comercial e de serviços. No crédito rural, os pequenos e miniprodutores foram beneficiados com 82% dos recursos alocados, enquanto os médios e grandes produtores responderam por 18%.

Até o final da semana passada, os projetos em carteira totalizavam o montante de R$ 1,7 bilhão provenientes de todos os 11 estados da área de atuação do Banco. As propostas são relativas a investimentos de pequenos, médios e grandes empreendedores em diversos segmentos do setor produtivo regional.

Para o diretor Assis Arruda, o bom desempenho nas aplicações do Banco do Nordeste é conseqüência do conjunto de providências adotadas pela nova Diretoria no sentido de racionalizar a área operacional da Instituição, particularmente quanto à questão de uso dos recursos oriundos do FNE. Tão logo assumiu, o economista Roberto Smith orientou o corpo técnico do Banco quanto às novas estratégias e diretrizes para aplicação do FNE, como forma de maximizar seus resultados sobre o setor produtivo e o próprio processo de desenvolvimento da economia nordestina.

A adoção dessas medidas resultou de discussões entre técnicos do Banco e de sugestões e críticas recebidas dos governos de Estados onde o BNB atua. O presidente Roberto Smith e seus diretores estiveram com os governadores, empresários e lideranças debatendo com eles ações voltadas para o incremento e diversificação das aplicações do FNE.

As novas diretrizes obedecem a políticas seguras de avaliação de crédito para evitar os elevados índices de inadimplência observados no passado. Também estão sendo considerados aspectos como a missão da empresa, o crescimento com justiça social, a modernização tecnológica, a competitividade, a preocupação com o meio ambiente e a ênfase na geração de emprego e renda.

Os recursos estão sendo destinados às diversas atividades econômicas regionais, com ênfase para os setores rural e agroindustrial, sobretudo pequenos e microempreendedores.

O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) é resultado do trabalho dos parlamentares nordestinos durante a Assembléia Nacional Constituinte, de 1988. A partir da promulgação da Constituição, o BNB ficou com uma fonte permanente e estável de recursos que permite financiar os projetos de médio e longo prazo do setor produtivo regional, além de programas especiais direcionados para áreas específicas, como o semi-árido, e segmentos pouco beneficiados com o crédito, a exemplo dos miniprodutores rurais e microempresários urbanos, diretamente ou por intermédio de suas associações e cooperativas.

Segundo o SISBACEN, o Banco do Nordeste hoje responde por 77% de todos os financiamentos bancários na região nordestina. Os dados mostram também que de cada R$ 100 destinados ao crédito rural no Nordeste R$ 87 são originados do BNB.