Dom Mauro Morelli vai participar do Conselho de Segurança Alimentar

13/01/2003 - 21h06

Brasília, 13/01/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu hoje que o governo federal não pretende vetar o nome do bispo de Duque de Caxias (RJ), Dom Mauro Morelli, para integrar o Conselho de Segurança Alimentar (Consea). Na semana passada, o veto ao nome do bispo chegou a ser divulgado pelo próprio Dom Mauro, após uma série de divergências sobre a forma de implementação do programa Fome Zero pelo ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano.

Por intermédio do porta-voz da Presidência, André Singer, Lula ressaltou que o bispo "é uma figura querida do governo e poderá participar do Conselho". Dom Mauro é integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e foi um dos colaboradores do Partido dos Trabalhadores (PT) na elaboração do projeto de erradicação da fome apresentado na campanha eleitoral.

Na tarde de hoje, o bispo reuniu-se por mais de três horas com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Ele deixou o encontro certo de que as divergências políticas da semana passada estão superadas. "O que faltava era um diálogo político. Demos trombadas no nível técnico", ressaltou. Dom Mauro defende a implantação do Fome Zero com ações conjuntas de resgate da cidadania dos brasileiros mais carentes, e não apenas a distribuição de cestas básicas ou vale alimentação.

O bispo lembrou que o Conselho será integrado por 18 membros indicados pela sociedade civil, 12 ministros, além de indicações pessoais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dom Mauro disse que a sua indicação deverá partir da própria sociedade civil, uma vez que vem participando de todas as articulações do Programa Fome Zero, mesmo com as divergências políticas sobre a estrutura do projeto. Segundo o porta-voz André Singer, a composição do Conselho ainda está em elaboração.

Dom Mauro Morelli afirmou que o presidente Lula nunca vetou o seu nome para integrar o Consea. "O Lula nunca me vetou. Nem antes, nem agora", enfatizou o bispo, sem revelar quem do governo teria efetivamente vetado o seu nome. "Você não vive de raios e trovões, mas eles de vez em quando são necessários", brincou.