Fraga não acredita que inflação supere o teto de 5,5%

11/04/2002 - 22h20

São Paulo, 11 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse em São Paulo, que vai reduzir o volume de rolagem de papéis cambiais, com vencimento no próximo dia 18. O valor, explicou ,será referente a dívida e não aos juros. De acordo com Fraga, essa decisão não tem nada a ver com o nível atual da taxa de câmbio que apresenta uma valorização do real. O objetivo, segundo ele, é reduzir a dívida indexada ao dólar. "A decisão tem a ver com a administração de médio e longo prazo da dívida ", afirmou.

O presidente do BC disse também que não acredita que a inflação deste ano supere o teto da meta de inflação, de 5,5%, expectativa motivada pelo IPCA de março que registrou aumento de 0,60 %, contra 0,36 % no mês anterior, acumulando no ano, 1,49 %. "Essa não é nossa expectativa", afirmou. Segundo ele, a alta do mês de março já era esperada. Para o mês de abril ainda deve ocorrer nova alta, acrescentou, mas depois deve haver uma tendência de queda.

Em relação ao aumento dos chamados preços administrativos, como tarifas públicas e combustíveis, o presidente do BC acredita que essa alta é momentânea, e que os aumentos não serão constantes. Mas adiantou que "estamos sujeitos a choques de oferta, entretanto é díficil antecipar o que vai acontecer daqui até o final do ano", observou.

Em sua participação em um seminário na capital paulista, o presidente do BC lembrou aos convidados que as reformas promovidas no atual governo permitiram construir nos últimos anos a base para o crescimento do país. Ele defendeu a política cambial, considerando um importante instrumento na definição de metas inflacionárias, permitindo mais transparência na escolha dos caminhos trilhados. Ele acrescentou que muitos objetivos devem ser alcançados ainda como dar condições para o aumento da poupança interna, avançar nas reformas da Previdência e em relação ao setor produtivo, insistir no tema da Reforma Tributária.

Para Armínio Fraga, a operação que captou recursos no mercado externo de US$ 1 bilhão para as reservas internacionais brasileiras é um fato positivo. A operação foi feita com a emissão de bônus global, em dólar, tendo oito anos de prazo. Os recursos estarão disponíveis no próximo dia 16.