Pratini viaja aos EUA para criticar subsídios e protecionismo

17/05/2002 - 20h54

Brasília, 17 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, viaja na próxima semana de Bruxelas (Bélgica) para os Estados Unidos para discutir subsídios e barreiras protecionistas. Na terça-feira (21), Pratini desembarca em Washington com o objetivo de reafirmar a postura do governo brasileiro a favor da redução dos subsídios agrícolas norte-americanos, principalmente depois da aprovação da lei agrícola (Farm Bill), sancionada pelo presidente George W. Bush, esta semana. De acordo com o texto aprovado pelo senado norte-americano, o país poderá conceder, nos próximos 10 anos, subsídios de aproximadamente US$ 190 bilhões aos agricultores.

Segundo o Ministério da Agricultura, a medida pode trazer prejuízos anuais de até US$ 2,4 bilhões à agricultura brasileira, principalmente nos setores ligados à soja, milho e algodão. Na ocasião, o ministro vai insistir também para que os EUA derrubem as barreiras não-tarifárias que impedem a entrada de carne bovina brasileira "in natura" no mercado norte-americano. Para tratar do mesmo assunto, o ministro visita o Meat Importers Council of América (MICA), entidade que representa os maiores importadores de carne dos EUA. De acordo com Pratini, não há motivos para que os Estados Unidos mantenham as restrições para a carne, pois os episódios com a doença da febre aftosa, que impediam o desembarque da carne no país, foram superados.

O diretor-executivo do International Cotton Advisory Committe (ICAC), Terry Towsend, também receberá o ministro brasileiro. Na ocasião, os elevados subsídios ao algodão norte-americano será tema obrigatório nas discussões. Na quarta-feira (22), quando Pratini reúne-se com Towsend, o ministro deve mostrar dados que justificam a postura do setor cotonicultor brasileiro de sobretaxar o algodão proveniente dos EUA. Segundo dados do governo brasileiro, os subsídios ao algodão norte-americano aumentaram em 66%, em 1999, influenciando na queda da área plantada da fibra no Brasil.

Antes, porém, Pratini vai a Beltsville para conhecer o Labex-EUA, primeiro laboratório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no exterior. Na quinta-feira, último dia da visita aos Estados Unidos, o ministro abre o seminário "Science and Technology for Agribusiness: US-Brazil Cooperation", no Woodrow Wilson International Center, onde os participantes avaliarão a cooperação tecnológica entre Brasil e Estados Unidos para o desenvolvimento do agronegócio.