outros países https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/177476/all pt-br Apesar de recorde, endividamento dos brasileiros é baixo em relação a outros países https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-27/apesar-de-recorde-endividamento-dos-brasileiros-e-baixo-em-relacao-outros-paises <p>Wellton M&aacute;ximo<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; Apesar de ter atingido n&iacute;veis recordes, o endividamento das fam&iacute;lias brasileiras &eacute; baixo em rela&ccedil;&atilde;o a outros pa&iacute;ses. Segundo levantamento divulgado pelo Banco Central (BC) na &uacute;ltima sexta-feira (25), os brasileiros tinham 45,36% dos rendimentos comprometidos com d&iacute;vidas, no maior n&iacute;vel registrado desde o in&iacute;cio da s&eacute;rie, em janeiro de 2005.</p> <p> O n&uacute;mero refere-se &agrave; compara&ccedil;&atilde;o entre as d&iacute;vidas das fam&iacute;lias com o Sistema Financeiro Nacional e os rendimentos acumulados nos &uacute;ltimos 12 meses. H&aacute; oito anos, esse percentual correspondia a apenas 18,39%, mas subiu gradualmente at&eacute; ultrapassar 40% em mar&ccedil;o de 2011. Mesmo com esse salto, os brasileiros ainda usam pouco o cr&eacute;dito na compara&ccedil;&atilde;o com as economias avan&ccedil;adas.</p> <p> Segundo os levantamentos mais recentes, em grande parte dos pa&iacute;ses desenvolvidos, a popula&ccedil;&atilde;o deve mais do que a pr&oacute;pria renda. Nos Estados Unidos, de acordo com o &oacute;rg&atilde;o respons&aacute;vel pelo censo, o endividamento m&eacute;dio das fam&iacute;lias equivale a 101,7% dos rendimentos.</p> <p> Na Europa, as d&iacute;vidas superam 100% da renda na Est&ocirc;nia, na Espanha, na Fran&ccedil;a, em Portugal, na Finl&acirc;ndia, na Su&eacute;cia e no Reino Unido, conforme o Eurostat &ndash; &oacute;rg&atilde;o oficial de estat&iacute;sticas da Uni&atilde;o Europeia. Na Dinamarca, na Irlanda, no Chipre, na Holanda e na Noruega, a propor&ccedil;&atilde;o supera 200%.</p> <p> De acordo com o economista Fabio Gallo, especialista em cr&eacute;dito da Funda&ccedil;&atilde;o Getulio Vargas, o que impede o endividamento dos brasileiros de atingir os n&iacute;veis dos pa&iacute;ses desenvolvidos s&atilde;o os juros altos, que se refletem no alto valor das presta&ccedil;&otilde;es. &ldquo;A grande diferen&ccedil;a do Brasil em rela&ccedil;&atilde;o aos pa&iacute;ses avan&ccedil;ados nessa quest&atilde;o n&atilde;o est&aacute; somente no n&iacute;vel de endividamento, mas no servi&ccedil;o da d&iacute;vida, que &eacute; muito mais alto no Brasil do que em outros pa&iacute;ses&rdquo;, explica.</p> <p> Segundo o levantamento do Banco Central, as fam&iacute;lias brasileiras comprometem, em m&eacute;dia, 21,4% da renda mensal com presta&ccedil;&otilde;es. Desse total, 12,74% referem-se a juros e somente 8,66% dizem respeito &agrave; amortiza&ccedil;&otilde;es, pagamento do principal da d&iacute;vida que reduz o saldo devedor.</p> <p> &ldquo;Nos Estados Unidos ou na Europa, as fam&iacute;lias se endividam al&eacute;m da renda, mas pagam presta&ccedil;&otilde;es relativamente pequenas e com prazos longos. No Brasil, &eacute; justamente o contr&aacute;rio. O endividamento &eacute; baixo, pelo menos em rela&ccedil;&atilde;o a esses pa&iacute;ses, mas as presta&ccedil;&otilde;es consomem boa parte do sal&aacute;rio&rdquo;, pondera o especialista da FGV.</p> <p> Por causa dos altos juros e da inadimpl&ecirc;ncia, o professor diz que o maior endividamento dos brasileiros deve ser visto com cautela. &ldquo;Boa parte desse endividamento n&atilde;o est&aacute; relacionada a investimentos de longo prazo, como a casa pr&oacute;pria, mas ao pr&oacute;prio consumo. Muita gente comprou carro em 2009 e n&atilde;o conseguiu pagar. Da&iacute;, recorre a financiamentos para pagar d&iacute;vidas de consumo&rdquo;, ressalta.</p> <p> Segundo o professor, os juros altos no Brasil criam um c&iacute;rculo vicioso em que a inadimpl&ecirc;ncia que se reflete em taxas ainda mais altas para os tomadores de cr&eacute;dito. &ldquo;Infelizmente, a inadimpl&ecirc;ncia em geral &eacute; repassada para as taxas dos bancos. O cadastro positivo [rela&ccedil;&atilde;o de bons pagadores] pode melhorar isso, mas o processo ainda est&aacute; no in&iacute;cio&rdquo;, avalia.</p> <p style="margin-bottom: 0cm"><i>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</i></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias, &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> comparação mundial Economia endividamento famílias brasileiras outros países situação em 2013 situação em outubro Sun, 27 Oct 2013 13:31:22 +0000 davi.oliveira 733804 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/