patente de invenção https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/176130/all pt-br Pesquisadora do Ipea defende mudança na estratégia de propriedade intelectual do país https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-09/pesquisadora-do-ipea-defende-mudanca-na-estrategia-de-propriedade-intelectual-do-pais <p style="margin-bottom: 0cm">Fl&aacute;via Villela<br /> <i>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</i></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; O Brasil precisa elaborar estrat&eacute;gias de propriedade intelectual condizentes com sua condi&ccedil;&atilde;o de pa&iacute;s em desenvolvimento, em vez de copiar modelos de pa&iacute;ses desenvolvidos. A opini&atilde;o &eacute; da pesquisadora Graziela Ferrero Zucoloto, do Instituto de Pesquisa Econ&ocirc;mica Aplicada (Ipea). Ela apresentou um estudo sobre o tema publicado no <i>Boletim Radar</i> n&ordm; 29, divulgado hoje (9) no Rio de Janeiro.</p> <p> &ldquo;Acredito que, de forma geral, pensamos que se algo funciona nos Estados Unidos, no Jap&atilde;o, na China, vai funcionar para n&oacute;s. Mas n&atilde;o alcan&ccedil;amos o grau de desenvolvimento tecnol&oacute;gico desses pa&iacute;ses&rdquo;, disse ela.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Graziela ponderou que a patente do tipo modelo de utilidades &ndash; cuja concess&atilde;o pode durar 15 anos - para as empresas brasileiras seja melhor op&ccedil;&atilde;o que a modalidade patente de inven&ccedil;&atilde;o &ndash; com prazo de prote&ccedil;&atilde;o que alcan&ccedil;a at&eacute; 20 anos. &ldquo;A patente de inven&ccedil;&atilde;o exige aplica&ccedil;&atilde;o industrial, atividade inventiva, entre outros crit&eacute;rios. Modelo de utilidade &eacute; mais um aprimoramento t&eacute;cnico, e a partir da&iacute; a empresa j&aacute; consegue a prote&ccedil;&atilde;o &ldquo;, explicou ela.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">&ldquo;&Eacute; isso que nossas empresas muitas vezes conseguem fazer, n&atilde;o est&atilde;o na fronteira tecnol&oacute;gica, mas conseguem aprimorar algo que j&aacute; existe&rdquo;, comentou ela, ao lembrar que a Coreia do Sul adotou esse modelo de patente na &eacute;poca em que se encontrava em um est&aacute;gio de desenvolvimento mais pr&oacute;ximo ao do Brasil.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">O estudo mostra que patentes s&atilde;o geralmente registradas por empresas de grande porte e que esse n&atilde;o &eacute; o principal m&eacute;todo de prote&ccedil;&atilde;o de inova&ccedil;&otilde;es utilizado por empresas brasileiras e estrangeiras, mas sim a diferencia&ccedil;&atilde;o dos produtos com as marcas, al&eacute;m de m&eacute;todos estrat&eacute;gicos e informais (como lideran&ccedil;a temporal e segredo industrial).</p> <p> Para Graziela, mais importante do que fortalecer direitos de prote&ccedil;&atilde;o intelectual &eacute; investir em tecnologia e inova&ccedil;&atilde;o. &ldquo;&Eacute; o que vai melhorar a posi&ccedil;&atilde;o do Brasil no cen&aacute;rio atual. O fortalecimento de direitos de prote&ccedil;&atilde;o intelectual pode ser ben&eacute;fico somente quando o pa&iacute;s desenvolveu capacita&ccedil;&otilde;es suficientes para se tornar competitivo no mercado mundial&rdquo;.</p> <p> A pesquisa verificou que muitas tecnologias patenteadas n&atilde;o s&atilde;o mais utilizadas comercialmente e servem apenas para bloquear a entrada de competidores, aumentar o poder de negocia&ccedil;&atilde;o dos detentores dessa tecnologia, entre outras estrat&eacute;gias defensivas.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Embora, na teoria, a exist&ecirc;ncia de direitos de propriedade intelectual (DPIs) fortes atraia investimento estrangeiro e transfer&ecirc;ncia de tecnologia para as empresas do pa&iacute;s, o estudo mostra que o crescimento do dep&oacute;sito de patentes nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas, no Brasil, deveu-se principalmente a empresas n&atilde;o residentes. Em 2009, cerca de 80% dos dep&oacute;sitos eram feitos por empresas estrangeiras.</p> <p> &ldquo;A tecnologia desenvolvida e protegida por empresas brasileiras em patente de inven&ccedil;&atilde;o &eacute; muito baixa, &eacute; s&oacute; cerca de 20%. Na China, a maior parte das patentes &eacute; de empresas ou de indiv&iacute;duos chineses&rdquo;, contou ela. &ldquo;Estamos concedendo a maior parte desses monop&oacute;lios para estrangeiros. Se n&atilde;o houver contrapartida, estaremos pagando <i>royalties</i> sem retorno significativo&rdquo; completou.</p> <p> <em>E</em><em>di&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><em><span style="font-style: normal"><b>Ag&ecirc;ncia Brasil</b></span></em></p> boletim Radar Economia ipea mudança de estratégia mudanças no sistema número 29 patente de invenção patente modelo de utilidades propriedade intelectual Wed, 09 Oct 2013 19:04:25 +0000 davi.oliveira 732520 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/