Embrapa Meio Ambiente https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/169153/all pt-br Embrapa utiliza bactérias, vírus e fungos para desenvolver medicamentos e cosméticos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-07-25/embrapa-utiliza-bacterias-virus-e-fungos-para-desenvolver-medicamentos-e-cosmeticos <p><img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Banners e selos/banner---Quando-a-ficcao-se-torna-realidade.png" /></p> <p> Heloisa Cristaldo<br /> <em>Enviada Especial da EBC</em></p> <p> Jaguari&uacute;na (SP) &ndash; As armas biol&oacute;gicas, com seus efeitos devastadores e desconhecidos pela maioria dos pesquisadores e cientistas, podem ser consideradas as mais temidas existentes. Ao serem transformados geneticamente em laborat&oacute;rios, v&iacute;rus e bact&eacute;rias tornam-se mais resistentes aos tratamentos m&eacute;dicos. Ao mesmo tempo, esses micro-organismos podem matar ou incapacitar pessoas, animais e plantas.</p> <p> A hist&oacute;ria mostra que o uso desse tipo de arma n&atilde;o &eacute; recente. Na Antiguidade, ex&eacute;rcitos usavam cad&aacute;veres em estado de putrefa&ccedil;&atilde;o para contaminar o abastecimento de &aacute;gua de uma cidade ou jogavam por cima das muralhas inimigas cad&aacute;veres de v&iacute;timas de var&iacute;ola ou de peste bub&ocirc;nica.</p> <p> O aspecto mais sombrio e negativo de micro-organismos foi mostrado no filme <em>Anthrax &ndash; A Arma Terrorista</em>. A bact&eacute;ria antrax &eacute; roubada de um laborat&oacute;rio de pesquisas agr&iacute;colas deixando uma comunidade aterrorizada, j&aacute; que uma pequena dose do <em>bacillus anthracis </em>&ndash; nome cient&iacute;fico - &eacute; suficiente para devastar a popula&ccedil;&atilde;o de uma cidade inteira.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist726153/prev/MCSP0024.jpg" style="margin: 5px; width: 300px; float: right; height: 225px" />Em Jaguari&uacute;na (SP), ao contr&aacute;rio do roteiro do filme, v&iacute;rus e bact&eacute;rias tem a capacidade de tornar-se produtos ben&eacute;ficos para o ser humano. Corantes, cosm&eacute;ticos para clarear a pele, herbicidas, antibi&oacute;ticos para combater bact&eacute;rias resistentes e rem&eacute;dios para tratamento de c&acirc;ncer s&atilde;o alguns dos produtos que podem ser desenvolvidos a partir de fungos, bact&eacute;rias, v&iacute;rus e leveduras, itens da primeira cole&ccedil;&atilde;o de micro-organismos implementada pela Embrapa Meio Ambiente.</p> <p> &ldquo;&Eacute; um tesouro, mat&eacute;ria-prima para descoberta de novos materiais bioativos, f&aacute;rmacos, produtos para a agricultura, para a medicina, para os cosm&eacute;ticos. Esses micro-organismos tem demostrado seu potencial e s&atilde;o avaliados aqui no laborat&oacute;rio&rdquo;, explica o curador da cole&ccedil;&atilde;o, o pesquisador Itamar Melo.</p> <p> O banco de recursos gen&eacute;ticos re&uacute;ne micro-organismos de ecossistemas como Amaz&ocirc;nia, Caatinga, Mata Atl&acirc;ntica e a Ant&aacute;rtida. Os materiais s&atilde;o preservados em refrigeradores e cilindros com nitrog&ecirc;nio l&iacute;quido em temperaturas de at&eacute; 180 graus negativos. Nessas condi&ccedil;&otilde;es, a cole&ccedil;&atilde;o pode ser mantida por at&eacute; 100 anos.</p> <p> Segundo o pesquisador, os micro-organismos s&atilde;o retirados de plantas, algas e peda&ccedil;os do solo e aproveitados para estudos em diversas &aacute;reas. A cole&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m preserva o material gen&eacute;tico de plantas em extin&ccedil;&atilde;o e identifica fungos e bact&eacute;rias desconhecidos.</p> <p> A pesquisa com bact&eacute;rias e fungos retirados de &aacute;reas da Ant&aacute;rtida mostrou que esses materiais s&atilde;o resistentes aos raios ultravioleta e podem produzir filtros solares mais resistentes. As &aacute;reas s&atilde;o escolhidas a partir de seu potencial, como a resist&ecirc;ncia &agrave; falta de &aacute;gua nos solos da Caatinga.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist726153/prev/MCSP0022.jpg" style="margin: 5px; width: 300px; float: left; height: 225px" />&ldquo;N&oacute;s temos trabalhado h&aacute; mais de dez anos com a Mata Atl&acirc;ntica, atualmente [trabalhamos] com a Caatinga, onde temos interesse em buscar micro-organismos tolerantes &agrave; seca. Pesquisamos as cact&aacute;ceas que sobreviveram a esta &uacute;ltima seca, uma das mais intensas dos &uacute;ltimos 50 anos&rdquo;, diz Melo.</p> <p> O pr&oacute;ximo passo da pesquisa &eacute; identificar micro-organismos de outros biomas brasileiros, como o Cerrado e o Pantanal. Para que os produtos cheguem ao consumidor, ind&uacute;strias devem manifestar interesse em desenvolver a tecnologia pesquisada. Atualmente, um herbicida com a&ccedil;&atilde;o menos t&oacute;xica ao meio ambiente j&aacute; &eacute; produzido a partir de bact&eacute;rias da cole&ccedil;&atilde;o de micro-organismos preservados pela Embrapa.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Marcos Chagas</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Agência Brasil Amazônia Antartida bactérias caatinga Cerrado corantes Cosméticos embrapa Embrapa Meio Ambiente fungos herbicidas Mata Atlântica medicamentos nanotecnologia Pesquisa e Inovação pesquisas vírus Thu, 25 Jul 2013 15:41:03 +0000 mchagas 726493 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/