economias europeias https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/164587/all pt-br Europa começa a ver ajustamento econômico sem o Fundo Monetário Internacional https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-06-15/europa-comeca-ver-ajustamento-economico-sem-fundo-monetario-internacional <p>Gilberto Costa*<br /> <em>Correspondente da Ag&ecirc;ncia Brasil/EBC</em></p> <p> Lisboa &ndash; A crise ainda n&atilde;o acabou na Europa, o<a href="http:// http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/2-14062013-BP/EN/2-14062013-BP-EN.PDF"> desemprego continua em alta</a>, especialmente no Sul do continente, mas h&aacute; quem enxergue em um futuro pr&oacute;ximo o ajustamento das economias europeias sem a presen&ccedil;a do Fundo Monet&aacute;rio Internacional (FMI), o credor externo que juntamente com o Banco Central Europeu (BCE) e a Comiss&atilde;o Europeia (CE) formam a Troika, grupo de institui&ccedil;&otilde;es fiadoras de Portugal, da Gr&eacute;cia, Irlanda e do Chipre.</p> <p> Esta semana, o presidente da CE, Jos&eacute; Manuel Dur&atilde;o Barroso, disse que no futuro haver&aacute; &quot;mais do que condi&ccedil;&otilde;es, se os governos quiserem, para que as institui&ccedil;&otilde;es europeias assumam a plenitude de suas responsabilidades&rdquo;. Para o presidente de Portugal, An&iacute;bal Cavaco Silva, &ldquo;o objetivo do FMI est&aacute; muito voltado para a estabiliza&ccedil;&atilde;o financeira. Na Uni&atilde;o [Europeia], n&oacute;s temos objetivos de desenvolvimento harmonioso, de coes&atilde;o e de crescimento econ&ocirc;mico&rdquo;, disse, ao diferenciar o FMI da CE e do BCE.</p> <p> Antes dessas declara&ccedil;&otilde;es, o pr&oacute;prio fundo j&aacute; havia sinalizado sua sa&iacute;da. &ldquo;O FMI j&aacute; anunciou que n&atilde;o participar&aacute; de novos empreendimentos do tipo Troika&rdquo;, lembrou &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> o analista econ&ocirc;mico Lu&iacute;s Salgado de Matos, pesquisador ligado ao Instituto de Ci&ecirc;ncias Sociais que escreve no <em>blog</em> <a href="http://oeconomistaport.wordpress.com/">O Economista Portugu&ecirc;s</a>. Conforme Matos, o problema com a perman&ecirc;ncia do FMI est&aacute; nas caracter&iacute;sticas de parte da Uni&atilde;o Europeia. &ldquo;O FMI &eacute; um organismo mundial que, supostamente, n&atilde;o deve agir no interior de uma determinada zona monet&aacute;ria. Se, por exemplo, o estado do Texas [EUA], que usa o d&oacute;lar, tiver dificuldades, Washington n&atilde;o o mandar&aacute; para o FMI&rdquo;, explicou.</p> <p> O analista lembrou ainda que foi a zona do euro que mandou Portugal (entre outros) bater na porta do fundo. &ldquo;Se o FMI sair da Troika, essa sa&iacute;da deve, supostamente, for&ccedil;ar a zona do euro a assumir mais responsabilidades e a conceder mais cr&eacute;dito aos pa&iacute;ses-membros em dificuldade. Veremos se isso acontecer&aacute;&rdquo;, ressaltou.</p> <p> Para o economista Jo&atilde;o C&eacute;sar das Neves, professor da Universidade Cat&oacute;lica de Lisboa, a presen&ccedil;a do FMI na Troika d&aacute; mais respaldo aos programas de ajuda financeira. &ldquo;O FMI tem tido uma liberdade muito maior que os outros dois [o BCE e a CE], que s&atilde;o entidades pol&iacute;ticas e internas da Europa, enquanto o fundo &eacute; uma entidade externa e supranacional, e tem liberdade&rdquo;, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, acrescentando que a autonomia do credor externo &ldquo;deixa os pol&iacute;ticos um pouco aflitos&rdquo;.</p> <p> Em Portugal, se tudo correr conforme memorando de entendimento, a sa&iacute;da do FMI e de toda a Troika dever&aacute; ocorrer em meados de 2014, com o fim do programa de ajustamento. No entanto, tendo em vista a recess&atilde;o, h&aacute; quem defenda em Portugal a dilata&ccedil;&atilde;o de prazos e de metas (como o equil&iacute;brio de receita e gasto p&uacute;blico), o que pode significar a prorroga&ccedil;&atilde;o da interven&ccedil;&atilde;o dos credores na economia lusitana e mais endividamento. &ldquo;N&atilde;o &eacute; grave se o ajustamento acabar em 2015, 2016 ou at&eacute; 2017. O que &eacute; importante &eacute; que os credores internacionais acreditem que de fato h&aacute; um esfor&ccedil;o real e uma mudan&ccedil;a de atitude dos portugueses&rdquo;, ressaltou Neves. Ele&nbsp; ponderou que &ldquo;mais um ano ou dois de ajustamento vai gerar mais d&iacute;vida e pesar mais no futuro&rdquo;.</p> <p> Em termos ideais, o programa de ajustamento deveria acabar quando o pa&iacute;s retomasse o crescimento de forma sustent&aacute;vel, com a economia reestruturada. &ldquo;A ideia do ajustamento &eacute; aumentar o peso dos bens export&aacute;veis. Esse aumento ser&aacute; desej&aacute;vel para a agricultura, ind&uacute;stria transformadora e os servi&ccedil;os. Mas, em Portugal, o setor de bens n&atilde;o transacion&aacute;veis [como infraestrutura e patrim&ocirc;nio] continua a ser privilegiado e, por isso, &eacute; improv&aacute;vel que nos pr&oacute;ximos anos venha a perder terreno&rdquo;, prev&ecirc; Lu&iacute;s Salgado de Matos.</p> <p> Jo&atilde;o C&eacute;sar das Neves &eacute; mais otimista e avalia que &ldquo;est&aacute; havendo transforma&ccedil;&atilde;o da estrutura produtiva portuguesa desde o princ&iacute;pio da crise em 2008&rdquo;, antes do ajustamento acertado entre o governo e a Troika. Segundo ele, &ldquo;n&atilde;o &eacute; na ind&uacute;stria e nem na agricultura que est&aacute; o dinamismo da economia atual. Todo mundo est&aacute; a voltar-se cada vez mais para os servi&ccedil;os. At&eacute; mesmo nos produtos agr&iacute;colas e da ind&uacute;stria o componente servi&ccedil;o est&aacute; presente&rdquo;.</p> <p> <em>*Com informa&ccedil;&otilde;es da <a href="http://www.lusa.pt/default.aspx?page=home">Ag&ecirc;ncia Lusa</a></em></p> <p> Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto&nbsp;&nbsp;&nbsp; </p> Agência Brasil ajustamento econômico ajustamento econômico FMI ajuste econômico na Europa Banco Central Europeu Chipre Comissão Europeia crise desemprego EBC economias europeias Europa FMI Fundo Monetário Internacional Grécia Internacional Irlanda Portugal Troika Sat, 15 Jun 2013 17:08:05 +0000 gracaadjuto 723126 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/