Território do Brincar https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/160874/all pt-br Projeto faz mapeamento de brincadeiras de crianças em diversas regiões do país https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-05/projeto-faz-mapeamento-de-brincadeiras-de-criancas-em-diversas-regioes-do-pais <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/Territ%C3%B3rio%205.jpg" style="width: 300px; height: 225px; float: right;" />Thais Leit&atilde;o<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Brincadeira da queixada, jogo de china, pista de tampinhas. Embora pouco conhecidas por muitos brasileiros, essas s&atilde;o algumas brincadeiras comuns no dia a dia de crian&ccedil;as do pa&iacute;s. Baseadas em aspectos culturais, passadas de pais para filhos ou usando pe&ccedil;as constru&iacute;das pelos pr&oacute;prios meninos e meninas, as diversas formas de brincar est&atilde;o presentes onde existem crian&ccedil;as. Para mostrar ao Brasil as sutilezas desse universo l&uacute;dico, que tamb&eacute;m carrega elementos associados &agrave; cultura e &agrave; educa&ccedil;&atilde;o, diversas dessas brincadeiras est&atilde;o sendo mapeadas pelo Projeto Territ&oacute;rio do Brincar.</p> <p> Por meio da iniciativa, que acaba de completar um ano e &eacute; apoiada pelo Instituto Alana, s&atilde;o feitas visitas, que duram at&eacute; tr&ecirc;s meses, a comunidades rurais, ind&iacute;genas, quilombolas, do sert&atilde;o, do litoral e grandes metr&oacute;poles. Ap&oacute;s a conclus&atilde;o do projeto, em dezembro, todos os dados ser&atilde;o transformados em filme, livro e exposi&ccedil;&otilde;es.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/Territ%C3%B3rio%202.jpg" style="width: 300px; height: 225px; float: left; margin: 5px;" />De acordo com a educadora Renata Meirelles, coordenadora do Territ&oacute;rio do Brincar, o objetivo &eacute; captar as nuances da inf&acirc;ncia brasileira, que reflete e espelha o povo que somos. &ldquo;&Eacute; um trabalho de escuta, interc&acirc;mbio de saberes e difus&atilde;o da cultura infantil que nos ajudar&aacute; a discutir melhor a inf&acirc;ncia, o brincar, o mundo real e a traduzir a voz das crian&ccedil;as, conhecendo nosso pa&iacute;s pelos olhos delas&rdquo;, disse a educadora que viaja acompanhada do marido, o documentarista David Reeks.</p> <p> Ela enfatizou que, apesar dos coloridos regionais que as brincadeiras ganham nos diferentes locais do pa&iacute;s, h&aacute; uma forte conex&atilde;o entre todas as formas de brincar: &ldquo;o imagin&aacute;rio infantil as conecta de uma forma muito forte&rdquo;, garante.</p> <p> Al&eacute;m disso, segundo a educadora, a observa&ccedil;&atilde;o do universo l&uacute;dico infantil revela que, apesar de toda a influ&ecirc;ncia mercadol&oacute;gica a que as crian&ccedil;as est&atilde;o submetidas, como as diversas estrat&eacute;gias de <em>marketing</em> associadas &agrave; compra de brinquedos, os objetos industrializados, cheios de efeitos sonoros, visuais e de tecnologia, n&atilde;o s&atilde;o indispens&aacute;veis &agrave; divers&atilde;o.</p> <p> &ldquo;O brincar &eacute; fundamental para crian&ccedil;a, que brinca muito em todas as regi&otilde;es, mas n&atilde;o o brinquedo, que &eacute; muito mais uma necessidade do adulto e da ind&uacute;stria. &Eacute; uma produ&ccedil;&atilde;o pensada pelo adulto para a crian&ccedil;a, que, na verdade, tem toda a compet&ecirc;ncia e muita qualidade para desenvolver o brincar de diversas formas que n&atilde;o dependem do brinquedo&rdquo;, disse, lembrando ainda que em muitas comunidades visitadas as crian&ccedil;as utilizam elementos regionais para produzir artesanalmente seus pr&oacute;prios objetos de divers&atilde;o coletiva.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/Territ%C3%B3rio%204.jpg" style="width: 300px; height: 225px; float: right;" />&Eacute; o caso do menino Emerson, morador do bairro do Arraial, em Ara&ccedil;ua&iacute;, pequeno munic&iacute;pio do interior de Minas Gerais, a cerca de 650 quil&ocirc;metros da capital Belo Horizonte. Dono de uma criatividade pr&oacute;pria da inf&acirc;ncia e de muita disposi&ccedil;&atilde;o para dar asas &agrave; imagina&ccedil;&atilde;o, ele cria brinquedos com madeira encontrada nas casas dos vizinhos. Segundo Renata Meirelles, &ldquo;ele &eacute; do tipo que carrega o brincar consigo seja l&aacute; onde for&rdquo;.</p> <p> Experi&ecirc;ncia semelhante foi observada pelo casal em Acupe, distrito do munic&iacute;pio de Santo Amaro da Purifica&ccedil;&atilde;o, localizado no rec&ocirc;ncavo baiano. Os meninos que vivem na comunidade de origem ind&iacute;gena e africana, conhecida por suas manifesta&ccedil;&otilde;es culturais criadas por negros escravizados, usam cacos de telha e gravetos para construir, no ch&atilde;o de terra, pistas de corrida para tampinhas de garrafas, que substituem os carrinhos. O vencedor do jogo, baseado em um conjunto de regras simples, &eacute; aquele que chega primeiro ao fim da pista batendo sua tampinha na telha.</p> <p> Para a coordenadora do N&uacute;cleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da Pontif&iacute;cia Universidade Cat&oacute;lica de S&atilde;o Paulo (PUC-SP), Maria &Acirc;ngela Barbato Carneiro, a viv&ecirc;ncia de brincadeiras &eacute; fundamental para o desenvolvimento f&iacute;sico, motor, cognitivo, social e emocional das crian&ccedil;as.</p> <p>&ldquo;Elas conhecem o mundo e as rela&ccedil;&otilde;es por meio das brincadeiras, t&ecirc;m a possibilidade de desenvolver o racioc&iacute;nio, explorar o espa&ccedil;o f&iacute;sico, encontrar possibilidades de resolu&ccedil;&atilde;o de problemas e conflitos, entre outros. Podemos dizer que o brincar &eacute; um pacote completo de desenvolvimento&rdquo;, definiu.</p> <p> Ela enfatizou que os pais devem estar atentos a essa necessidade da inf&acirc;ncia e precisam equilibrar o acesso a brinquedos eletr&ocirc;nicos, como <em>videogames</em> e joguinhos em <em>tablets</em> e celulares, &agrave; divers&atilde;o cultural, ao ar livre e espont&acirc;nea.</p> <p> &ldquo;N&atilde;o se pode impedir o acesso &agrave; tecnologia, mas &eacute; preciso saber que seu uso em excesso aumenta a incid&ecirc;ncia de problemas como obesidade e isolamento em crian&ccedil;as. Ao contr&aacute;rio, as brincadeiras livres, com outras crian&ccedil;as, em espa&ccedil;os abertos, por exemplo, ajudam a formar adultos mais confiantes, criativos, bem resolvidos e menos individualistas&rdquo;, disse.</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: L&iacute;lian Beraldo</em></p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong><em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em></strong></p> brincadeiras brincar crianças infância Maria Ângela Barbato Carneiro Nacional Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar pais PUC-SP Renata Meirelles Território do Brincar Sun, 05 May 2013 15:05:03 +0000 lilian.beraldo 719973 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/