fonte de renda https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/160694/all pt-br Bolsa de pós-graduação é única fonte de renda de estudantes https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-02/bolsa-de-pos-graduacao-e-unica-fonte-de-renda-de-estudantes <p>Mariana Tokarnia<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Com valores mensais entre R$ 1 mil e R$ 4 mil, as bolsas de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o s&atilde;o, quase sempre, a &uacute;nica fonte de renda de muitos estudantes no pa&iacute;s. Eles se dedicam exclusivamente &agrave;s disserta&ccedil;&otilde;es, teses, &agrave; publica&ccedil;&atilde;o de artigos e a leituras. &Eacute; com a bolsa tamb&eacute;m que pagam despesas como o aluguel e a alimenta&ccedil;&atilde;o. O valor, segundo bolsistas, &eacute; insuficiente para algumas localidades, ou d&aacute; apenas para pagar as contas. Para aqueles que deixam a fam&iacute;lia e se mudam para estudar, a bolsa &eacute; o que garante a fixa&ccedil;&atilde;o na localidade. A partir deste m&ecirc;s, os estudantes recebem um reajuste de 10% nos valores.</p> <p> O reajuste das bolsas de mestrado, doutorado e p&oacute;s-doutorado ofertadas pela Coordena&ccedil;&atilde;o de Aperfei&ccedil;oamento de Pessoal de N&iacute;vel Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient&iacute;fico e Tecnol&oacute;gico (CNPq) foi anunciado em mar&ccedil;o. Os novos valores come&ccedil;am a ser pagos agora: a bolsa de mestrado passa de R$ 1.350 para R$ 1.500, a de doutorado, de R$ 2.000 para R$ 2.200 e a de p&oacute;s-doutorado de R$ 3.700 para R$ 4.100.</p> <p> &quot;A bolsa &eacute; interessante porque legitima a nossa fun&ccedil;&atilde;o como estudantes, nos d&aacute; um aval de pesquisadores&quot;, diz o doutorando em literatura da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB) Douglas Sousa. &quot;Mas o valor &eacute; ainda mais interessante para aqueles que n&atilde;o s&atilde;o de Bras&iacute;lia [onde o custo de vida &eacute; alto], que moram em resid&ecirc;ncia pr&oacute;pria. Eles podem usar a bolsa apenas para manuten&ccedil;&atilde;o do curso, gastam com lanches, livros e viagens para congressos. Para n&oacute;s que somos de outros estados, temos que pagar aluguel, alimenta&ccedil;&atilde;o, al&eacute;m de bancar nossa paticipa&ccedil;&atilde;o em eventos cient&iacute;ficos, que &eacute; quase uma obrigatoriedade para p&oacute;s-graduandos&quot;.</p> <p> Douglas veio de Socorro do Piau&iacute;, a 457 quil&ocirc;metros da capital piauiense, Teresina. No estado de origem fez gradua&ccedil;&atilde;o e mestrado. Para o doutorado, escolheu Bras&iacute;lia pelo interc&acirc;mbio cultural que teria: &quot;N&atilde;o precisa sair de Bras&iacute;lia para ter um pedacinho do mundo aqui&quot;. Mas o pre&ccedil;o &eacute; alto, apenas o aluguel consome 40% do que ganha.</p> <p> &quot;Eu posso dizer que n&atilde;o vivi Bras&iacute;lia culturalmente. Pesquiso dramaturgia e n&atilde;o tenho dinheiro suficiente para ir a v&aacute;rias apresenta&ccedil;&otilde;es&quot;, diz o mestrando em literatuda da UnB Francisco Alves. Ele veio de Boa Vista, Roraima. Francisco conta que sempre viveu intensamente as universidades por onde passou, sendo monitor e participando de projetos de pesquisa. &quot;Em Roraima, na gradua&ccedil;&atilde;o, minha m&atilde;e alugou um quarto para mim perto da universidade. Disse que pagava o aluguel e o resto, eu me virasse&quot;.</p> <p> Ambos estudam uma m&eacute;dia de seis a oito horas por dia. A bolsa &eacute; uma ajuda para que se dediquem exclusivamente &agrave; p&oacute;s. Na UnB, de um total de 7,6 mil alunos de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o, 4,5 mil, quase 60%, &nbsp;s&atilde;o brasileiros que n&atilde;o residiam no Distrito Federal.</p> <p> &quot;Temos muitos alunos que v&ecirc;m de outros estados, alunos de classe m&eacute;dia baixa que t&ecirc;m muita dificuldade em se fixar. A fam&iacute;lia sustenta na gradua&ccedil;&atilde;o, mas quando chega na p&oacute;s, o estudante j&aacute; &eacute; adulto e &agrave;s vezes fica mais dif&iacute;cil para a fam&iacute;lia. Al&eacute;m disso, eles est&atilde;o em uma fasa da vida em que come&ccedil;am a se casar, ou j&aacute; s&atilde;o casados, t&ecirc;m fam&iacute;lia para sustentar e isso dificulta enormemente a vida acad&ecirc;mica&quot;, constata o decano de pesquisa e p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o da universidade, Jaime Martins.</p> <p> &quot;O valor da bolsa melhorou um pouco, mas ainda n&atilde;o &eacute; suficiente para que os estudantes possam viver em boas condi&ccedil;&otilde;es e para se dediquem exclusivamente &agrave; pesquisa. N&atilde;o se trata de uma vis&atilde;o rom&acirc;ntica, &eacute; algo pr&aacute;tico, para que o estudante possa ter mais tempo dedicado ao trabalho e fazer aquilo da melhor forma poss&iacute;vel. Com dedica&ccedil;&atilde;o, melhor ser&aacute; o trabalho, melhor a publica&ccedil;&atilde;o e mais m&eacute;rito acad&ecirc;mico para o aluno e para a universidade&quot;, diz o decano.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> alimentação aluguel artigos bolsas despesas dissertações Educação estudantes fonte de renda leituras pós-graduação reajuste teses valores Thu, 02 May 2013 09:47:14 +0000 gracaadjuto 719799 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/