planta com tolerância á seca https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/159858/all pt-br Pesquisadores da Embrapa e UFRJ desenvolvem planta com tolerância à seca https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-04-21/pesquisadores-da-embrapa-e-ufrj-desenvolvem-planta-com-tolerancia-seca <p>Mariana Branco<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/DSC02455.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: right;" />Bras&iacute;lia &ndash; Um estudo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu&aacute;ria (Embrapa), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pode ser a solu&ccedil;&atilde;o para os estragos causados pela estiagem nas lavouras. Pesquisadores descobriram no caf&eacute; o gene CAHB12, com toler&acirc;ncia &agrave; seca.</p> <p> O gene pode ser introduzido em outras culturas que n&atilde;o a do gr&atilde;o e seu desempenho j&aacute; se mostrou bem sucedido em uma planta de testes. O pr&oacute;ximo passo ser&aacute; aplic&aacute;-lo &agrave; cana, ao arroz, ao trigo, &agrave; soja e ao algod&atilde;o e observar o comportamento do CAHB12. Se tudo sair como esperado, a tecnologia pode estar no mercado em um per&iacute;odo de cinco a seis anos.</p> <p> O CAHB12 foi descoberto durante um projeto para tra&ccedil;ar o genoma da caf&eacute;. Dentre cerca 30 mil genes foram encontrados alguns com toler&acirc;ncia ao estresse h&iacute;drico. Um grupo come&ccedil;ou a estud&aacute;-los e detectou um que, quando submetido &agrave; seca, aumentava sua express&atilde;o e se adaptava.</p> <p> &ldquo;N&oacute;s retiramos do caf&eacute; e introduzimos em outra esp&eacute;cie, a <em>Arabidopsis thaliana</em>, uma planta modelo de testes. A planta que recebeu o gene ficou muito mais resistente &agrave; seca. As que n&atilde;o tinham recebido ap&oacute;s aproximadamente 15 dias sem &aacute;gua, morriam. As que recebiam sobreviviam at&eacute; 40 dias. Al&eacute;m disso, suas sementes ficaram resistentes &agrave; seca at&eacute; a terceira gera&ccedil;&atilde;o&rdquo;, explica o pesquisador da Embrapa Eduardo Romano, doutor em biologia molecular.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/DSC02451.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: left;" />Se os resultados observados na planta de testes se repetirem nas culturas comerciais como arroz, trigo e afins, ainda ser&aacute; necess&aacute;ria uma s&eacute;rie de estudos de biosseguran&ccedil;a ambiental e alimentar antes de disponibilizar o CAHB12 para comercializa&ccedil;&atilde;o. &ldquo;H&aacute; um caminho longo pela frente, mas a perspectiva &eacute; interessante&rdquo;, diz Eduardo Romano.</p> <p> Segundo Romano, a probabilidade &eacute; que, caso a tecnologia chegue ao mercado, seja oferecida a custos baixos a pequenos produtores afetados pelo problema da seca. &ldquo;Pensamos sempre em desenvolver tecnologias que promovam a inclus&atilde;o e ajudem a minimizar problemas sociais&rdquo;, diz.</p> <p> O pesquisador explica que o gene pode ser ben&eacute;fico em muitos sentidos. Al&eacute;m de alternativa para combater os efeitos da seca que tendem a ser potencializados em um cen&aacute;rio de mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas, a tecnologia pode contribuir para a economia de &aacute;gua. &ldquo;Um total de 70% da &aacute;gua doce do mundo &eacute; utilizada na agricultura. Com o aumento da popula&ccedil;&atilde;o, &eacute; preciso produzir mais alimentos usando menos &aacute;gua [pois n&atilde;o &eacute; um recurso renov&aacute;vel]. Gasta-se &aacute;gua e energia. A tecnologia pode resultar em uma redu&ccedil;&atilde;o direta do consumo de &aacute;gua&rdquo;, disse. Romano prev&ecirc; ainda alimentos mais baratos. &ldquo;Em um pa&iacute;s como o Brasil, com v&aacute;rios processos de perda de produtividade por causa da seca, tenderia a evitar a flutua&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;os&rdquo;.</p> <p> Para produtores rurais da Regi&atilde;o Nordeste, que em 2012 e 2013 est&atilde;o enfrentando n&iacute;veis de chuva abaixo do normal e sofrendo perdas na safra e nas cria&ccedil;&otilde;es, uma tecnologia do tipo representaria uma margem de seguran&ccedil;a para plantar. De acordo com Noel Loureiro, assessor t&eacute;cnico da Federa&ccedil;&atilde;o da Agricultura e Pecu&aacute;ria do Estado de Alagoas (Faeal) e membro do Comit&ecirc; da Seca daquele estado, os produtores do sert&atilde;o alagoano colheram menos de um d&eacute;cimo da safra de milho e feij&atilde;o no ano passado e a perspectiva para 2013 &eacute; semelhante. O per&iacute;odo de chuvas na &aacute;rea costuma ser de mar&ccedil;o a julho, mas as precipita&ccedil;&otilde;es foram escassas em 2012 e a previs&atilde;o &eacute; a mesma para este ano.</p> <p> &ldquo;A maioria [dos agricultores] n&atilde;o chegou nem a plantar. Foi o aconselhamento do Comit&ecirc; da Seca. Mas n&atilde;o d&aacute; para evitar o preju&iacute;zo com o gado, que tem que ser alimentado. O pessoal est&aacute; usando baga&ccedil;o de cana e comprando milho pela metade do pre&ccedil;o do governo&rdquo;, diz. Na avalia&ccedil;&atilde;o dele,&nbsp; uma tecnologia que tornasse a lavoura mais resistente seria &ldquo;muito importante&rdquo;.</p> <p> &ldquo;N&oacute;s temos uma geografia de cat&aacute;strofe. Como [o clima] &eacute; muito vol&aacute;til, se tem qualquer oscila&ccedil;&atilde;o perdemos a safra. Hoje s&oacute; n&atilde;o se v&ecirc; mais aquelas cenas de gente se retirando, com fome, porque o governo tem muitos programas sociais&rdquo;, avalia. &nbsp;</p> <p> A descoberta dos pesquisadores da Embrapa e UFRJ j&aacute; foi registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O pr&oacute;ximo passo ser&aacute; solicitar a patente internacional, por meio do Tratado de Coopera&ccedil;&atilde;o em Mat&eacute;ria de Patentes (PCT), gerido pela Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi), com sede em Genebra, na Su&iacute;&ccedil;a.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> <p> &nbsp;</p> algodão arroz café café com tolerância à seca CAHB12 cana embrapa gene pesquisadores pesquisadores da Embrapa e UFRJ Pesquisa e Inovação planta com tolerância á seca soja trigo ufrj Sun, 21 Apr 2013 18:46:58 +0000 fabio.massalli 718900 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/