Chacina da Baixada https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/157992/all pt-br Manifestação lembra 29 vítimas de chacina na Baixada Fluminense https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-03-31/manifestacao-lembra-29-vitimas-de-chacina-na-baixada-fluminense <p align="justify"> Vladimir Platonow<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p align="justify"> Rio de Janeiro &ndash; A dor de perder um filho assassinado n&atilde;o passa, mesmo depois de anos. Esse &eacute; o sentimento de parentes de v&iacute;timas da Chacina da Baixada, ocorrida em 2005 e que hoje (31) completou oito anos. Na ocasi&atilde;o, um grupo de policiais militares saiu matando indiscriminadamente moradores inocentes dos munic&iacute;pios de Nova Igua&ccedil;u e de Queimados, na Baixada Fluminense, deixando um rastro de 29 mortes. Para marcar a data, um grupo de m&atilde;es e parentes realizou uma caminhada, que come&ccedil;ou na Rodovia Presidente Dutra e passou pela rua Gama, em Nova Igua&ccedil;u, principal palco da trag&eacute;dia.</p> <p align="justify"> &ldquo;Queremos que pare o exterm&iacute;nio de jovens que acontece na Baixada Fluminense. Temos o exemplo do que aconteceu na Chatuba [em setembro de 2012, quando traficantes mataram oito jovens inocentes] e outros meninos que morrem aqui, n&atilde;o em grupo, mas a varejo. Por isso, a caminhada n&atilde;o &eacute; s&oacute; para homenagear as v&iacute;timas daquele dia, mas para dizer &agrave; sociedade e &agrave;s autoridades que existe um grupo que se incomoda com o que continua acontecendo&rdquo;, declarou Luciene Silva, organizadora do ato e m&atilde;e de Raphael Silva, morto aos 17 anos no massacre.</p> <p align="justify"> Ela disse que a vida das fam&iacute;lias que tiveram mortos na chacina nunca mais foi a mesma, embora passados tantos anos: &ldquo;&Eacute; um vazio que nunca se acaba. &Eacute; um vazio eterno. A gente sente uma falta dele muito grande. Nunca mais as reuni&otilde;es da minha fam&iacute;lia foram as mesmas. Sempre temos a sensa&ccedil;&atilde;o de que est&aacute; faltando algu&eacute;m&rdquo;.</p> <p align="justify"> A manifesta&ccedil;&atilde;o contou com pessoas ligadas a outros assassinatos acontecidos no estado e tamb&eacute;m em S&atilde;o Paulo, que registrou dezenas de mortes entre os dias 12 e 21 de maio de 2006, como resposta a uma s&eacute;rie de atentados de criminosos paulistas contra civis e policiais. Em todo o estado de S&atilde;o Paulo, os homic&iacute;dios praticados por grupos de exterm&iacute;nio resultou na morte direta de pelo menos 142 pessoas. S&oacute; na Baixada Santista, foram 40 v&iacute;timas. Entre elas, a filha de Vera L&uacute;cia Gonzaga, Ana Paula, de 20 anos, que estava gr&aacute;vida de nove meses.</p> <p align="justify"> &ldquo;Na noite de 15 de maio de 2006 morreram ela, o marido e o beb&ecirc;. S&oacute; nesta noite foram 25 assassinatos na Baixada Santista. At&eacute; hoje ningu&eacute;m foi preso. Depois de quatro meses, o inqu&eacute;rito foi arquivado, disse Vera L&uacute;cia. At&eacute; hoje ela n&atilde;o se conforma com a perda da filha e do beb&ecirc; que ia nascer, sem que ningu&eacute;m tenha sido condenado: &ldquo;Ficou tudo bagun&ccedil;ado. A gente n&atilde;o tem mais festa, Natal, P&aacute;scoa. N&atilde;o temos mais nada. A dor n&atilde;o sai e as lembran&ccedil;as continuam. O que mais d&oacute;i &eacute; o manto da impunidade&rdquo;.</p> <p align="justify"> Para o ativista social Adriano Dias, fundador da organiza&ccedil;&atilde;o Com Causa, que trabalha na defesa dos direitos humanos na Baixada Fluminense, as mortes continuam acontecendo na regi&atilde;o, mas cada vez mais ligadas ao tr&aacute;fico de drogas, que vem se fortalecendo nos munic&iacute;pios vizinhos, na medida em que se enfraquece nas favelas cariocas ocupadas pelas Unidades de Pol&iacute;cia Pacificadora.</p> <p align="justify"> &ldquo;Hoje tem um aumento consider&aacute;vel das &aacute;reas controladas pelo narcotr&aacute;fico. Est&aacute; mudando o perfil. Sempre houve tr&aacute;fico aqui, mas a mudan&ccedil;a de controle territorial, com mais armamentos e brutalidade, est&aacute; acontecendo a olhos vistos. Os neg&oacute;cios [do tr&aacute;fico] est&atilde;o migrando para c&aacute;. Por conta das pol&iacute;ticas de pacifica&ccedil;&atilde;o das favelas do Rio&rdquo;, disse Adriano.</p> <p align="justify"> &nbsp;</p> <p align="justify"> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura</em></p> <p align="justify"> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Adriano Dias Baixada Fluminense Chacina da Baixada Chatuba Com Causa Luciene Silva Nacional Raphael Silva Vera Lúcia Gonzaga Sun, 31 Mar 2013 21:31:22 +0000 alberto.coura 717215 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/