Ices https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/156056/all pt-br Mercadante critica proposta do governo de SP de criar cotas por mérito https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-03-11/mercadante-critica-proposta-do-governo-de-sp-de-criar-cotas-por-merito <p> Elaine Patricia Cruz<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; Durante audi&ecirc;ncia p&uacute;blica na tarde de hoje (11) na Assembleia Legislativa de S&atilde;o Paulo, o ministro da Educa&ccedil;&atilde;o, Aloizio Mercadante, criticou o <a href="http:// http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-12-20/programa-de-cotas-nas-universidades-de-sao-paulo-comeca-em-2014" target="_blank">Programa de Inclus&atilde;o com M&eacute;rito no Ensino Superior P&uacute;blico Paulista (Pimesp)</a>, que foi lan&ccedil;ado pelo governo de S&atilde;o Paulo no dia 20 de dezembro do ano passado. O programa estadual prev&ecirc; cotas por m&eacute;rito, enquanto o governo federal prop&otilde;e cotas raciais e sociais.</p> <p> O programa do governo paulista, que foi desenvolvido pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de S&atilde;o Paulo (Cruesp), composto pelos reitores das tr&ecirc;s universidades p&uacute;blicas paulistas (USP, Unicamp e Unesp), prev&ecirc; que 50% das matr&iacute;culas em cada curso sejam destinadas aos alunos que cursaram integralmente o ensino m&eacute;dio em escolas p&uacute;blicas at&eacute; 2016. O programa prev&ecirc; tamb&eacute;m a cria&ccedil;&atilde;o do Instituto Comunit&aacute;rio de Ensino Superior (Ices), que vai oferecer cursos superiores com dura&ccedil;&atilde;o de dois anos a esses estudantes.</p> <p> Os cursos do Ices, segundo o governo paulista, garantem o diploma universit&aacute;rio e o ingresso autom&aacute;tico nas universidades p&uacute;blicas estaduais, desde que o aluno tenha aproveitamento m&iacute;nimo de 70%. A aprova&ccedil;&atilde;o nos cursos das universidades ser&aacute; baseada no m&eacute;rito, ou seja, quem tirar as melhores notas no Ices ter&aacute; prioridade.</p> <p> A proposta do governo estadual, de acordo com Mercadante, lembra o modelo do <em>college </em>que existe em pa&iacute;ses como os Estados Unidos. No entanto, segundo ele, o modelo paulista apresenta falhas, tais como n&atilde;o informar se os dois anos que ser&atilde;o cursados pelo aluno no instituto comunit&aacute;rio ser&atilde;o incorporados depois na faculdade.</p> <p> &ldquo;O que &eacute; o <em>college</em>? Voc&ecirc; termina o ensino m&eacute;dio, faz dois anos de <em>college </em>e isso te d&aacute; um diploma profissionalizante para o mercado de trabalho ou voc&ecirc; inclui esses dois anos na estrutura universit&aacute;ria e vale como cr&eacute;dito dos cursos pelos quais voc&ecirc; optou. Mas no <em>college </em>que est&aacute; sendo proposto em S&atilde;o Paulo, n&atilde;o est&aacute; seguro do que ser&aacute; esse diploma no mercado de trabalho. N&atilde;o garante que os cr&eacute;ditos sejam incorporados na universidade. Se n&atilde;o for incorporado, um aluno que vai fazer quatro anos, se entrou pela escola p&uacute;blica, for negro ou pobre, far&aacute; em seis anos, ficando dois anos no <em>college </em>e quatro anos na faculdade&rdquo;, disse o ministro.</p> <p> Mais um problema, segundo o ministro, &eacute; que estes dois anos que ser&atilde;o cursados no instituto comunit&aacute;rio ser&aacute; feito &agrave; dist&acirc;ncia. &ldquo;Como esses dois anos s&atilde;o a dist&acirc;ncia, n&atilde;o tem intera&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o tem conviv&ecirc;ncia. A cota &eacute; para criar diversidade e conviv&ecirc;ncia, criar uma rela&ccedil;&atilde;o entre iguais. E n&atilde;o para apartar e deixar dois anos de ensino a dist&acirc;ncia&rdquo;, criticou.</p> <p> Para o ministro, as cotas por m&eacute;rito caminham na contram&atilde;o da proposta do governo federal. &ldquo;N&atilde;o vejo como o modelo que est&aacute; sendo discutido em S&atilde;o Paulo seja uma alternativa. &Eacute; evidente que todos est&atilde;o preocupados com a qualidade. &Eacute; por isso que estamos fazendo a tutoria. Se o aluno precisar de um refor&ccedil;o em matem&aacute;tica, ele ter&aacute; um tutor. E vai ter uma bolsa de perman&ecirc;ncia, porque os alunos pobres, se n&atilde;o tiverem uma bolsa, n&atilde;o ficam porque a fam&iacute;lia n&atilde;o tem como sustentar. Precisamos dar a bolsa assist&ecirc;ncia, moradia, alimenta&ccedil;&atilde;o e tutoria&rdquo;, disse o ministro.</p> <p> Mercadante disse ainda que o governo federal vai lan&ccedil;ar, junto com os secret&aacute;rios estaduais de Educa&ccedil;&atilde;o, um programa de moderniza&ccedil;&atilde;o do ensino m&eacute;dio, que prev&ecirc; mudan&ccedil;a curricular. &ldquo;No meu ponto de vista, vamos ter que concentrar um pouco mais o curr&iacute;culo nas &aacute;reas em que o aluno estiver mais motivado&rdquo;, disse. A expectativa do ministro &eacute; que, em torno de um m&ecirc;s, a proposta para o ensino m&eacute;dio esteja conclu&iacute;da.</p> <p> Mercadante tamb&eacute;m comentou sobre os <em>royalties </em>do pr&eacute;-sal que, em sua opini&atilde;o, deveriam servir como legado para o pa&iacute;s, sendo destinados principalmente para a educa&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Precisamos pegar essa riqueza para dar um salto. Um salto para as futuras gera&ccedil;&otilde;es, que n&atilde;o ter&atilde;o os <em>royalties </em>do petr&oacute;leo, que &eacute; um recurso [natural] n&atilde;o renov&aacute;vel, ou seja, petr&oacute;leo acaba. E como &eacute; que a gente prepara o pa&iacute;s do futuro? S&oacute; a educa&ccedil;&atilde;o &eacute; o passaporte para o desenvolvimento. O maior legado que nossa gera&ccedil;&atilde;o pode deixar &eacute; uma educa&ccedil;&atilde;o universal, de qualidade para todos e os <em>royalties </em>permitem esse salto&rdquo;, disse.</p> <p> Para discutir o programa de cotas do governo de S&atilde;o Paulo, a Comiss&atilde;o de Educa&ccedil;&atilde;o e Cultura da Assembleia Legislativa vai fazer uma audi&ecirc;ncia p&uacute;blica na tarde da pr&oacute;xima quarta-feira (13), com a participa&ccedil;&atilde;o dos reitores da USP, Unesp e Unicamp.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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