Rede Social de Justiça e Direitos Humanos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/149065/all pt-br Relatório apresenta panorama dos direitos humanos no Brasil https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-12-05/relatorio-apresenta-panorama-dos-direitos-humanos-no-brasil <p> Elaine Patricia Cruz<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; A Rede Social de Justi&ccedil;a e Direitos Humanos lan&ccedil;a hoje &agrave; noite (05), no Sesc Consola&ccedil;&atilde;o, em S&atilde;o Paulo, mais uma edi&ccedil;&atilde;o do <em>Relat&oacute;rio Direitos Humanos no Brasil</em>. O documento, que &eacute; divulgado anualmente h&aacute; 13 anos, apresenta um panorama sobre os direitos humanos no pa&iacute;s durante o ano de 2012, discutindo quest&otilde;es como o trabalho escravo, a viol&ecirc;ncia contra os ind&iacute;genas, a homofobia, a Lei da Anistia e a onda de viol&ecirc;ncia em S&atilde;o Paulo, entre v&aacute;rios outros temas. A partir de amanh&atilde; (06), o relat&oacute;rio j&aacute; poder&aacute; ser lido no <em><a href="http://www.social.org.br/index.php" target="_blank">site </a></em><a href="http://www.social.org.br/index.php" target="_blank">da Rede Social</a>.</p> <p> O relat&oacute;rio foi elaborado com a colabora&ccedil;&atilde;o de mais 30 organiza&ccedil;&otilde;es sociais. &ldquo;Nossa inten&ccedil;&atilde;o &eacute; ampliar a no&ccedil;&atilde;o que as pessoas t&ecirc;m de direitos humanos, algumas vezes associada a uma imagem reacion&aacute;ria de defesa dos bandidos. Na realidade, mostramos que direitos humanos est&atilde;o relacionados ao dia a dia de todos n&oacute;s, ao direito ao trabalho, &agrave; sa&uacute;de, &agrave; educa&ccedil;&atilde;o e ao meio ambiente&rdquo;, disse Maria Luisa Mendon&ccedil;a, codiretora da Rede Social de Justi&ccedil;a e Direitos Humanos e uma das coordenadoras do relat&oacute;rio.</p> <p> No relat&oacute;rio deste ano, destacou Maria Luisa, aparecem temas relacionados &agrave; quest&atilde;o rural do pa&iacute;s. &ldquo;Um &eacute; o aumento da viola&ccedil;&atilde;o dos direitos dos povos ind&iacute;genas, principalmente em Mato Grosso do Sul. Percebemos que houve aumento da viol&ecirc;ncia, com assassinatos brutais de lideran&ccedil;as ind&iacute;genas que lutam para manter seu territ&oacute;rio tradicional. E h&aacute; tamb&eacute;m os n&uacute;meros decepcionantes em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; demarca&ccedil;&atilde;o de terras ind&iacute;genas e de quilombolas: nenhuma foi demarcada&rdquo;, disse ela.</p> <p> Outro problema discutido sobre a quest&atilde;o no campo, disse Maria Luisa, refere-se ao n&uacute;mero baixo de assentamentos feitos em 2012. &ldquo;Este ano registrou um dos piores &iacute;ndices em termos de novos assentamentos em reforma agr&aacute;ria. Vemos isso com preocupa&ccedil;&atilde;o, porque h&aacute; uma ofensiva do agroneg&oacute;cio para destruir pequenos produtores e o meio ambiente. Enquanto o mundo todo fala em prote&ccedil;&atilde;o ambiental, o Brasil quer desmantelar sua legisla&ccedil;&atilde;o ambiental. E isso tudo &eacute; muito preocupante&rdquo;, falou.</p> <p> No relat&oacute;rio, conclu&iacute;do em outubro deste ano, o economista Jos&eacute; Juliano de Carvalho Filho, diretor da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Reforma Agr&aacute;ria (Abra), diz que a presidenta da Rep&uacute;blica Dilma Rousseff apresentou o pior desempenho em assentamentos para o primeiro ano do mandato desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, com 21,9 mil fam&iacute;lias assentadas.</p> <p> Em 1995, houve o assentamento de 43 mil fam&iacute;lias, enquanto que, em 2003, primeiro ano do governo de Luiz In&aacute;cio Lula da Silva, mais de 36 mil fam&iacute;lias foram assentadas. &ldquo;Para 2012, as expectativas tamb&eacute;m n&atilde;o mostram recupera&ccedil;&atilde;o. O discurso sobre a import&acirc;ncia dos instrumentos relativos &agrave; produ&ccedil;&atilde;o nos assentamentos em contraposi&ccedil;&atilde;o (e desqualifica&ccedil;&atilde;o) &agrave;s desapropria&ccedil;&otilde;es de terras n&atilde;o apenas se manteve no governo Dilma como agora parece crescer em import&acirc;ncia, em detrimento da reforma agr&aacute;ria e da justi&ccedil;a no campo&rdquo;, diz o economista no relat&oacute;rio. Para este ano, baseando-se em n&uacute;meros do Instituto Nacional de Coloniza&ccedil;&atilde;o e Reforma Agr&aacute;ria (Incra), o economista diz que n&atilde;o mais do que 35 mil fam&iacute;lias dever&atilde;o ser assentadas.</p> <p> No meio urbano, ressaltou Maria Luisa, o relat&oacute;rio mostra, principalmente, &ldquo;a retomada de grupos de exterm&iacute;nio, principalmente em S&atilde;o Paulo&rdquo;. No cap&iacute;tulo chamado <em>PM Paulista Tem Carta Branca para Matar</em>, a jornalista e integrante da Comiss&atilde;o da Verdade do Estado de S&atilde;o Paulo Tatiana Merlino usa dados divulgados pela Secretaria de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica de S&atilde;o Paulo para mostrar que o n&uacute;mero de homic&iacute;dios este ano no estado cresceu em rela&ccedil;&atilde;o ao ano passado.</p> <p> Usando dados divulgados em julho deste ano pela secretaria, o relat&oacute;rio informa que s&oacute; na cidade de S&atilde;o Paulo ocorreram 586 homic&iacute;dios no primeiro semestre, contra 482 no mesmo per&iacute;odo do ano anterior. &ldquo;Al&eacute;m disso, dados da Corregedoria da Pol&iacute;cia Militar apontam que julho registrou 54 casos de mortes provocadas pela PM. De janeiro a 24 de julho, foram 283 mortos pela pol&iacute;cia, contra 272 em 2011 &ndash; um aumento de 4%&rdquo;, diz o relat&oacute;rio.</p> <p> &ldquo;No meio urbano percebemos tamb&eacute;m, com preocupa&ccedil;&atilde;o, o aumento no n&uacute;mero de conflitos. &Eacute; um momento muito delicado. A sociedade tem que olhar para tais quest&otilde;es&rdquo;, falou Maria Luisa.</p> <p> Para ela, h&aacute; muitas quest&otilde;es hist&oacute;ricas envolvendo os direitos humanos que o Brasil ainda n&atilde;o conseguiu superar. &ldquo;Falamos em desenvolvimento, mas acho que o Brasil n&atilde;o chegou nem perto de um patamar de bem-estar social. H&aacute; o descaso na sa&uacute;de p&uacute;blica, &iacute;ndices muito deficientes de qualidade na educa&ccedil;&atilde;o. Ainda n&atilde;o temos uma escola e uma sa&uacute;de p&uacute;blica de qualidade. Ainda faltam direitos b&aacute;sicos em termos sociais e econ&ocirc;micos que est&atilde;o na raiz do problema da viol&ecirc;ncia. Temos que repensar que modelo de desenvolvimento queremos&rdquo;, disse ela.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> anistia Cidadania homofobia Nacional Rede Social de Justiça e Direitos Humanos Relatório Direitos Humanos no Brasil 2012 trabalho escravo violência contra indígenas violência em São Paulo Wed, 05 Dec 2012 21:38:17 +0000 davi.oliveira 709452 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/