incêndio em comunidade da Vila Prudente https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/141323/all pt-br Famílias afetadas por incêndio em favela de São Paulo passam a noite em galpão https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-24/familias-afetadas-por-incendio-em-favela-de-sao-paulo-passam-noite-em-galpao <p> Camila Maciel<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; O terceiro inc&ecirc;ndio em menos de oito dias em favelas paulistanas deixou mais 163 fam&iacute;lias desabrigadas, cerca de 600 pessoas, segundo informa&ccedil;&otilde;es da Defesa Civil do munic&iacute;pio. <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-23/incendio-em-favela-de-sao-paulo-atingiu-95-moradias-diz-corpo-de-bombeiros" target="_blank">O fogo consumiu ontem</a> (24), no in&iacute;cio da noite, quase todos os barracos localizados na Rua Capit&atilde;o Pacheco Chaves, no bairro Vila Prudente, restando apenas 400 metros quadrados dos 2,8 mil que formavam a comunidade.</p> <p> As fam&iacute;lias afetadas passaram a noite em um galp&atilde;o da escola de samba do bairro e hoje (21) pela manh&atilde; ainda aguardavam <em>kits</em> de emerg&ecirc;ncia que seriam fornecidos pela prefeitura, como colch&otilde;es, cobertores e cesta b&aacute;sica.</p> <p> A Defesa Civil informou que, ap&oacute;s avalia&ccedil;&atilde;o de engenheiros, o local continuar&aacute; interditado por apresentar riscos aos moradores. Por volta de meio-dia, algumas pessoas foram liberadas pela Pol&iacute;cia Militar para entrar o local e retirar m&oacute;veis e eletrodom&eacute;sticos que resistiram ao fogo. A per&iacute;cia esteve na comunidade pela manh&atilde;, mas n&atilde;o informou a causa do acidente.</p> <p> Giov&acirc;nio Queiroz da Silva, de 23 anos, estava em casa com a esposa e o filho de apenas dois meses de idade, quando o barraco de madeira foi rapidamente tomado pelas chamas. &ldquo;S&oacute; deu tempo de salvar nosso filho e pegar uma maleta com os documentos&rdquo;, relembra. A fam&iacute;lia de Giov&acirc;nio abrigou-se na casa de parentes, mas ele permaneceu local para aguardar orienta&ccedil;&atilde;o da prefeitura. &ldquo;Assim que o local for liberado, vou reconstruir nossa casa, mas o ideal &eacute; que a gente nem precisasse voltar pra c&aacute;&rdquo;, relatou.</p> <p> As fam&iacute;lias que se abrigaram no galp&atilde;o reclamam a falta dos <em>kits</em> de emerg&ecirc;ncia que normalmente s&atilde;o distribu&iacute;dos pela administra&ccedil;&atilde;o municipal nesses casos. &ldquo;Estamos recebendo doa&ccedil;&otilde;es de supermercados pr&oacute;ximos daqui e moradores de comunidades pr&oacute;ximas vieram cozinhar pra gente. Ainda estamos aguardando uma ajuda do governo&rdquo;, relatou a moradora Bruna Bezerra, de 22 anos, que fugiu do fogo com dois filhos, de 2 e 3 anos.</p> <p> O mesmo drama foi vivenciado na sexta-feira (17) passada por moradores da favela do Are&atilde;o, nas proximidades da Ponte dos Rem&eacute;dios, na Marginal Pinheiros. A <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> retornou ao local hoje e constatou que os alicerces das novas casas j&aacute; est&atilde;o sendo implantados pelos moradores no mesmo local. &ldquo;N&atilde;o temos pra onde ir. Por enquanto, a gente fica na casa de amigos e parentes, mas precisamos reconstruir nossas casas&rdquo;, disse a dona de casa Damiana da Silva, de 37 anos.</p> <p> A dom&eacute;stica S&ocirc;nia Gomes da Silva, de 47 anos, conta que o material para reerguer sua casa foi todo doado pela igreja que frequenta. &ldquo;N&atilde;o recebemos nenhuma ajuda. Tudo que temos &eacute; doa&ccedil;&atilde;o de parentes, irm&atilde;os da igreja ou empresas&rdquo;, relata. A alimenta&ccedil;&atilde;o dos moradores desabrigados est&aacute; sendo providenciada por vizinhos, que preparam tr&ecirc;s refei&ccedil;&otilde;es di&aacute;rias. &ldquo;Precisamos nos ajudar&rdquo;, disse a moradora Ana Dirce dos Santos, de 52 anos, que est&aacute; &agrave; frente da a&ccedil;&atilde;o.</p> <p> As dificuldades levaram os moradores do Are&atilde;o a recriarem, na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (21), a associa&ccedil;&atilde;o comunit&aacute;ria. &ldquo;Para al&eacute;m do inc&ecirc;ndio, temos muitas dificuldades e precisamos nos organizar. N&atilde;o queremos sair daqui, mas precisamos de melhores condi&ccedil;&otilde;es de vida. Tem esgoto a c&eacute;u aberto e muitas crian&ccedil;as circulam por este local&rdquo;, relata Ana Dirce.</p> <p> A <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> entrou em contato com a prefeitura de S&atilde;o Paulo para repercutir as queixas dos moradores das duas favelas citadas, mas at&eacute; a publica&ccedil;&atilde;o da reportagem n&atilde;o recebeu retorno.</p> <p> At&eacute; o dia 14 de agosto, a Defesa Civil tinha registrado 24 grandes inc&ecirc;ndios em favelas de S&atilde;o Paulo este ano. Os inc&ecirc;ndios s&atilde;o alvos, inclusive, de investiga&ccedil;&atilde;o da Comiss&atilde;o Parlamentar de Inqu&eacute;rito (CPI) dos Inc&ecirc;ndios em Favelas da C&acirc;mara Municipal de S&atilde;o Paulo. Instalada em abril, a comiss&atilde;o investiga as causas e responsabilidades sobre os incidentes, que movimentos sociais e lideran&ccedil;as comunit&aacute;rias dizem ter origem criminosa.</p> <p> Segundo o Corpo de Bombeiros, entre 2007 e 2011 ocorreram 262 inc&ecirc;ndios em favelas da cidade de S&atilde;o Paulo. <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-20/policia-nao-produz-inqueritos-conclusivos-sobre-incendios-em-favelas-paulistanas" target="_blank">Na maior parte dos casos, n&atilde;o foi poss&iacute;vel determinar a origem do fogo porque os inqu&eacute;ritos policiais n&atilde;o s&atilde;o conclusivos</a>. Os dados fazem parte das informa&ccedil;&otilde;es recebidas pela CPI dos Inc&ecirc;ndios em Favelas.</p> <div> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></div> incêndio em comunidade da Vila Prudente incêndio em favelas de São Paulo investigação de incêndios em favela Nacional Prefeitura de São Paulo Fri, 24 Aug 2012 19:22:32 +0000 davi.oliveira 701828 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/