Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/134521/all pt-br ONG viabiliza investimento privado para projetos de conservação ambiental https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-06-01/ong-viabiliza-investimento-privado-para-projetos-de-conservacao-ambiental <p> Carolina Gon&ccedil;alves<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Seis projetos de conserva&ccedil;&atilde;o ambiental que j&aacute; mostram resultados em diferentes biomas do pa&iacute;s recebem financiamento privado para expandir a experi&ecirc;ncia, gra&ccedil;as a uma organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o governamental que une quem quer preservar a quem quer financiar. &nbsp;Entre os beneficiados, est&aacute; uma iniciativa de conserva&ccedil;&atilde;o de 36 mil metros quadrados de Mata Atl&acirc;ntica em plena Curitiba.</p> <p> Duas diferen&ccedil;as tornam a iniciativa inusitada. A primeira &eacute; que os projetos foram idealizados por cidad&atilde;os comuns que tinham como proposta a conserva&ccedil;&atilde;o de uma determinada esp&eacute;cie ou biodiversidade. A segunda &eacute; que s&atilde;o empresas privadas que est&atilde;o por tr&aacute;s desses financiamentos.</p> <p> Os elos come&ccedil;aram a ser formados pela organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o governamental Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educa&ccedil;&atilde;o Ambiental (SPVS). O diretor executivo da ONG, Cl&oacute;vis Borges, reconhece a dificuldade em encontrar iniciativas &ldquo;maduras e menos superficiais&rdquo; para ajudar a financiar, mas comemora resultados como o do projeto de conserva&ccedil;&atilde;o da Mata Atl&acirc;ntica da paranaense Terezinha Vareschi.</p> <p> Terezinha, que mora em uma &aacute;rea de 36 mil metros quadrados de &aacute;rea nativa conservada em Curitiba, contornou as press&otilde;es sofridas pela especula&ccedil;&atilde;o imobili&aacute;ria, comuns na maioria das cidades de m&eacute;dio e grande porte, e transformou a propriedade em Reserva Particular do Patrim&ocirc;nio Natural Municipal (RPPNM).</p> <p> No ano passado, a paranaense conseguiu criar, com apoio de outros propriet&aacute;rios de &aacute;reas naturais, a Associa&ccedil;&atilde;o dos Protetores de &Aacute;reas Verdes Relevantes de Curitiba e Regi&atilde;o Metropolitana. O grupo organiza debates para incentivar outros propriet&aacute;rios a protegerem seus remanescentes naturais.</p> <p> Outros projetos seguem a mesma relev&acirc;ncia. O Projeto Papagaio-verdadeiro busca a preserva&ccedil;&atilde;o da ave na plan&iacute;cie pantaneira de Mato Grosso do Sul. Outra iniciativa quer garantir o bioma para sobreviv&ecirc;ncia do bicudinho do brejo, ave do litoral do Paran&aacute;. Na Serra da Canastra, um pesquisador transformou a comunidade em aliada para salvar da extin&ccedil;&atilde;o o lobo-guar&aacute;.</p> <p> Tamb&eacute;m conservacionista, outro projeto apoiado pela SPVS, implantado no bioma da Chapada do Araripe, quer garantir o ambiente adequado para sobreviv&ecirc;ncia da ave soldadinho do Araripe. Finalmente, a Escola da Amaz&ocirc;nia, projeto premiado internacionalmente, educa crian&ccedil;as e adolescentes da regi&atilde;o do Arco do Desmatamento &ndash; &aacute;rea de transi&ccedil;&atilde;o entre o Cerrado e a Floresta Amaz&ocirc;nica, na qual mais se detectam queimadas no Brasil - em prol da conserva&ccedil;&atilde;o da natureza.</p> <p> Em todos eles, por tr&aacute;s da preserva&ccedil;&atilde;o da fauna, est&aacute; a conserva&ccedil;&atilde;o do meio ambiente. &ldquo;O cara que protege o &nbsp;lobo-guar&aacute; est&aacute; agindo numa regi&atilde;o e protegendo uma das esp&eacute;cies do Cerrado, mas tem interfer&ecirc;ncia no Cerrado. O Cerrado sem o lobo-guar&aacute; &eacute; um bioma empobrecido, e existe uma cadeia de consequ&ecirc;ncias&rdquo;, disse o diretor executivo da SPVS.</p> <p> Para Cl&oacute;vis Borges, a presen&ccedil;a do animal ou da ave serve de medida para a qualidade do ambiente local. &ldquo;Hoje, voc&ecirc; n&atilde;o trabalha com quantos lobos-guar&aacute;s salvou, mas pode ter [os animais] como indicador de que, nessa regi&atilde;o de abrang&ecirc;ncia, o Cerrado est&aacute; conservado de tal maneira que tenho &aacute;gua e outros recursos para ajudar no equil&iacute;brio clim&aacute;tico e a poliniza&ccedil;&atilde;o da agricultura do entorno&rdquo;, explicou.</p> <p> A proposta do projeto, batizado de Empreendedores da Conserva&ccedil;&atilde;o, &eacute; viabilizar um pagamento pelos servi&ccedil;os ambientais. &nbsp;&ldquo;O programa busca projetos que estejam em curso, com capacidade t&eacute;cnica incontest&aacute;vel e lideran&ccedil;a do executor. Procuramos esses projetos e oferecemos um desafio que &eacute; enxergar o projeto com vis&atilde;o mais estrat&eacute;gica, para que o grande resultado obtido ganhe escala&rdquo;, explicou Borges.</p> <p> De outro lado, a SPVS procura, na iniciativa privada, quem est&aacute; disposto a investir nesses projetos. &nbsp;&ldquo;O investimento convencional &eacute; insuficiente. S&atilde;o para projetos tradicionais&rdquo;, disse. Mas Cl&oacute;vis Borges garante que o objetivo n&atilde;o &eacute; o de simples filantropia. Os seis projetos, por exemplo, s&atilde;o apoiados pela HSBC Seguros com investimentos de R$ 3 milh&otilde;es.</p> <p> &ldquo;Temos que sair da l&oacute;gica de que estamos ajudando os passarinhos e o pr&oacute;ximo. As empresas pensam hoje em fortalecimento de marca e na gest&atilde;o ambiental mais qualificada. A busca pela sustentabilidade de uma empresa passa pela conserva&ccedil;&atilde;o da biodiversidade&rdquo;, afirmou. Por isso, conclui, em vez de filantropia, trata-se de &ldquo;um reposicionamento no mercado, que vai cobrar isso no futuro. Isso &eacute; economia verde s&eacute;ria&rdquo;.</p> <p> Borges agora quer conquistar o apoio do Minist&eacute;rio do Meio Ambiente, onde esteve hoje (1) para apresentar o projeto e conquistar a chancela oficial que garanta algum tipo de apoio institucional para que as empresas privadas participem desse modelo. &ldquo;Esse &eacute; o papel do terceiro setor. Isso pode virar uma planilha econ&ocirc;mica&rdquo;, explicou.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> apoio do HSBC Clóvis Borges financiamento privado Mata Atlântica em Curitiba Meio Ambiente Nacional preservação ambiental projetos de conservação Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental SPVS Fri, 01 Jun 2012 23:44:20 +0000 davi.oliveira 696262 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/