comunidades pesqueiras https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/134398/all pt-br Movimento nacional defende criação de territórios exclusivos para pesca artesanal https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-05-31/movimento-nacional-defende-criacao-de-territorios-exclusivos-para-pesca-artesanal <p> Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil </em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; O Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP) promete reunir, a partir da pr&oacute;xima segunda-feira (4), em Bras&iacute;lia, ao menos 2 mil trabalhadores de todo o pa&iacute;s, dando in&iacute;cio a uma campanha nacional pelo reconhecimento e regulariza&ccedil;&atilde;o dos territ&oacute;rios tradicionalmente explorados por comunidades pesqueiras.</p> <p> Al&eacute;m de mobilizar os profissionais aut&ocirc;nomos e demonstrar &agrave; sociedade a viabilidade econ&ocirc;mica da pesca artesanal, a campanha tem o objetivo de recolher, at&eacute; 2015, 1,3 milh&atilde;o de assinaturas, para apresentar ao Congresso Nacional proposta de lei de iniciativa popular. O objetivo &eacute; propor a garantia do direito das comunidades pesqueiras sobre espa&ccedil;os tradicionalmente ocupados pela pesca artesanal, al&eacute;m de regulamentar a quest&atilde;o.</p> <p> Segundo a presidenta da Uni&atilde;o dos Pescadores da Caponga, praia da cidade de Cascavel (CE)), Maria Martilene Rodrigues, uma das coordenadoras do movimento nacional, que j&aacute; se encontra em Bras&iacute;lia, os territ&oacute;rios tradicionais de pesca seriam reconhecidos e homologados pela Uni&atilde;o da mesma forma como j&aacute; ocorre com as reservas ind&iacute;genas e quilombos.</p> <p> &ldquo;Queremos preservar os lugares onde as comunidades de pescadores, h&aacute; d&eacute;cadas ou h&aacute; centenas de anos, preservam n&atilde;o s&oacute; costumes e tradi&ccedil;&otilde;es, mas tamb&eacute;m o meio ambiente&rdquo;, disse Martilene &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, explicando que a proposta do movimento prev&ecirc; a concess&atilde;o de t&iacute;tulos de propriedade ou de usufruto &agrave;s organiza&ccedil;&otilde;es locais criadas e administradas pelos moradores da comunidade eventualmente beneficiada.</p> <p> &ldquo;Sabemos que &eacute; uma proposta que vai enfrentar muita resist&ecirc;ncia, j&aacute; que &eacute; uma forma de resistirmos &agrave; press&atilde;o de megaprojetos econ&ocirc;micos que amea&ccedil;am a pesca artesanal&rdquo;, prev&ecirc; Martilene. Ela destacou que o impacto ambiental das atividades desenvolvidas por comunidades pesqueiras tradicionais tende a ser menor que o causado pela pesca industrial.</p> <p> Embora cerca de 70% de todo o pescado consumido no pa&iacute;s sejam provenientes da pesca artesanal, na vis&atilde;o do movimento de pescadores, o Estado brasileiro sempre desconsiderou a import&acirc;ncia econ&ocirc;mica, social e cultural do segmento, favorecendo a pesca industrial e flexibilizando a legisla&ccedil;&atilde;o ambiental, de forma a promover a expans&atilde;o do hidroneg&oacute;cio, a exemplo do financiamento p&uacute;blico destinado a grandes projetos de cria&ccedil;&atilde;o de peixes e camar&atilde;o.</p> <p> Segundo dados do Minist&eacute;rio da Pesca, se for considerado tamb&eacute;m o que o pa&iacute;s exporta, a pesca artesanal responde por cerca de 45% da produ&ccedil;&atilde;o nacional de pescados. Dos cerca de 970 mil profissionais licenciados at&eacute; setembro de 2011, 957 mil s&atilde;o aut&ocirc;nomos, ou seja, n&atilde;o t&ecirc;m v&iacute;nculos empregat&iacute;cios com empresas ou donos de embarca&ccedil;&otilde;es, podendo ser classificados como artesanais. J&aacute; a pesca industrial, caracterizada pelo uso de embarca&ccedil;&otilde;es de m&eacute;dio e grande porte e pela rela&ccedil;&atilde;o empregat&iacute;cia entre armadores e trabalhadores, envolve 40 mil profissionais somente no setor de captura.</p> <p> O pr&oacute;prio minist&eacute;rio reconhece, em seu <em>site</em>, que a atividade industrial apresenta &ldquo;s&eacute;rias dificuldades&rdquo;, atribu&iacute;das &agrave; defasagem tecnol&oacute;gica verificada ao longo de toda a cadeia produtiva e ao baixo estoque de pescado de qualidade, resultado do &ldquo;desenvolvimento desenfreado da pesca industrial nacional na d&eacute;cada de 1970&rdquo;.</p> <p> Al&eacute;m disso, um recente estudo desenvolvido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ&ocirc;mico e Social (BNDES) aponta que o pa&iacute;s ainda est&aacute; muito distante de aproveitar todo seu potencial produtivo, mesmo dispondo de condi&ccedil;&otilde;es favor&aacute;veis &agrave; produ&ccedil;&atilde;o de pescado &ndash; como clima prop&iacute;cio, dom&iacute;nio exclusivo sobre os recursos dispon&iacute;veis em &aacute;rea mar&iacute;tima de 3,5 milh&otilde;es de quil&ocirc;metros quadrados e mais de 10 milh&otilde;es de hectares de l&acirc;mina d&acute;&aacute;gua em reservat&oacute;rios de usinas hidrel&eacute;tricas, a&ccedil;udes e propriedades particulares.</p> <p> Entre as conclus&otilde;es do estudo, intitulado Panorama da Aq&uuml;icultura no Brasil: Desafios e Oportunidades, os pesquisadores do BNDES concluem que, entre as restri&ccedil;&otilde;es que dificultam o desenvolvimento da atividade, est&atilde;o a dificuldade na obten&ccedil;&atilde;o de licen&ccedil;as, car&ecirc;ncia de assist&ecirc;ncia t&eacute;cnica, manejo inadequado, falta de padroniza&ccedil;&atilde;o e insufici&ecirc;ncias tecnol&oacute;gicas.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Lana Cristina</em><br /> &nbsp;</p> bndes camarões comunidades pesqueiras cultivo Economia financiamento público Lagos manifesto Ministério da Pesca Nacional peixes pesca artesanal pescadores pesca industrial projeto de lei popular zona costeira Thu, 31 May 2012 20:06:44 +0000 lana 696165 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/