Municípios do Rio recebem equipamentos para facilitar escoamento da agricultura familiar

14/01/2014 - 23h57

Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Hoje (14), na cidade de Sapucaia (RJ), 20 municípios, com até 50 mil habitantes e representativos na agricultura familiar do estado do Rio, receberam equipamentos que serão empregados na conservação, manutenção e abertura de estradas vicinais usadas no escoamento da produção e também nos serviços de terraplanagem. Os equipamentos foram adquiridos com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC2).

As prefeituras em geral não têm os equipamentos necessários para a manutenção e abertura de estradas vicinais. Na semana que vem haverá um treinamento com dois operadores de cada município para que os equipamentos possam ser usados imediatamente. “A partir do fim do treinamento, no dia 23, as máquinas já podem ser utilizadas para apoio aos agricultores familiares”, disse o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), José Otávio Câmara Fernandes. “Isso [a aquisição dos equipamentos] alivia os custos de transporte para o produtor e possibilita um escoamento, tirando inclusive das mãos dos atravessadores”.

Desde o começo da entrega dos equipamentos em 2012, este é o quarto lote dentro do PAC2, que estabeleceu a doação deste tipo de equipamentos a todos os municípios do Brasil com menos de 50 mil habitantes. “Por meio de um estudo foi verificado que esses municípios concentram a população rural, onde, em geral, o  Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é mais baixo e está concentrada uma população mais pobre. Tem um sentido de possibilitar a inclusão produtiva desses setores menos privilegiados e com mais dificuldade de conseguir a inclusão econômica”, disse.

De acordo com Fernandes, foram entregues 55 retroescavadeiras e 30 motoniveladoras e faltam ser doados 80 equipamentos às prefeituras . “Todos os 55 municípios que têm direito a receber esses equipamentos pelo PAC 2 vão receber uma motoniveladora, uma retroescavadeira e um caminhão caçamba. Ao todo serão 165 equipamentos”, disse.

No dia 31 deste mês, em mais uma etapa do programa, segundo o delegado do ministério, serão entregues 20 caminhões caçamba. Os municípios receberam as retroescavadeiras e até o final de março receberão as motoniveladoras. “A gente tem que entregar as máquinas até o final de março, porque depois de abril existe uma proibição da lei eleitoral e o processo de entrega de equipamentos vai ser suspenso. Mas outras políticas do MDA vão prosseguir independente de ser um ano eleitoral ou não”.

Fernandes informou que a utilização dos equipamentos tem fiscalização da própria sociedade por meio de sindicatos e movimentos sociais ligados à questão da terra, mas o ministério também fiscaliza para verificar se foram usados na área urbana. Se isso ocorrer, a denúncia pode ser feita ao MDA.

Na avaliação do delegado, os governos federal, estadual e municipal precisam investir mais na agricultura familiar no Rio de Janeiro, onde a atividade está aquém do potencial. “O nosso estado é visto como tendo como principais atividades econômicas o turismo, o setor de serviços e a indústria do petróleo. É preciso um investimento maior na agricultura familiar, porque potencial existe, mas não tem sido muito utilizado e faz com que o Rio de Janeiro seja um importador de alimentos. Fatalmente vai ser importador de alimentos, mas caso se desenvolver, de acordo com o potencial que a agricultura familiar tem no estado, vai importar muito menos”, disse.

Esse investimento, de acordo com o representante do MDA, pode desenvolver mais a produção de alimentos orgânicos no estado. “No Rio de Janeiro hoje já existe o desenvolvimento de uma consciência agroecológica voltada para a produção orgânica de alimentos, que têm maior qualidade", disse.

O prefeito de São Sebastião do Alto, Carmod Bastos, disse que, para o município, que fica na região serrana, a chegada dos equipamentos além de incentivar a produção local vai melhorar as condições das estradas. A situação costuma se agravar no início do ano, duranto o período de chuvas. “As ações preventivas serão mais eficientes e com soluções em tempo mais curto”, informou.

O prefeito acredita que o escoamento no pico da produção do município em agosto será facilitado. “A nossa expectativa agora é atacar os piores trechos e depois abrir novos para as propriedades rurais poderem escoar”, disse. As principais atividades econômicas de São Sebastião do Alto são a agricultura e a pecuária.

Edição: Fábio Massalli

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