Vítimas de incêndio em ônibus no Maranhão passam por cirurgia

10/01/2014 - 13h28

Andreia Verdélio
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As vítimas do ônibus incendiado em São Luís, transferidas para hospitais em outros estados, passaram por cirurgia hoje (10) e têm quadro clínico estável. A paciente Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, está em Brasília e é acompanhada pela equipe da Ala de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Ela é mãe da menina Ana Clara, de 6 anos, que não resistiu às queimaduras e morreu segunda-feira (6).

Juliane estava com as duas filhas no ônibus na Vila Sarney Filho, quando o veículo foi incendiado por bandidos na sexta-feira (3), em represália à ação da polícia dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

O boletim médico divulgado hoje pelo Hran informa que Juliane, que teve queimaduras em 40% do corpo, está em situação estável, consciente e respirando sem a ajuda de aparelhos. O coordenador da Unidade de Queimados, Mário Fratini, explicou que o procedimento cirúrgico foi para a retirada de pele morta e que Juliane está evoluindo satisfatoriamente. “Este momento é de retirada da pele e de atenção no controle de infecção.”

Fratini acrescentou que a paciente deve passar por, pelo menos, três procedimentos de limpeza. “É um tratamento prolongado, porque a ferida precisa estar completamente fechada e leva algum tempo até se completar a limpeza geral das queimaduras”, disse o médico, explicando que, após essa limpeza, é colocada no local pele sadia, retirada do próprio paciente, que se integra à lesão e cicatriza.

A outra filha de Juliane, Lorane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, teve queimaduras nas pernas e nos braços e continua internada no Hospital Estadual Infantil Juvêncio Matos. Ela deve ter alta na próxima semana.

O paciente Marcio Ronny da Cruz, de 37 anos, internado no Centro de Referência de Queimados do Hospital Geral de Goiânia, também passou por cirurgia na manhã de hoje. Marcio teve queimaduras em 72% do corpo, está em estado grave e permanece sedado.

Segundo o cirurgião plástico Fernando de Napole Azevedo, que atendeu Marcio no Hospital Geral de Goiânia, estão programados três procedimentos para a retirada de pele morta, que ocorrerão a cada três dias. “Este foi o primeiro. No futuro, será feita a colocação de pele sadia no local.”

Outra vítima, Abyancy Silva Santos, de 35 anos, está internada na Enfermaria do Hospital Geral do Maranhão. Com queimaduras em 10% do corpo, Abyancy foi submetida a curativo cirúrgico ontem (9). Segundo a Secretaria de Saúde do Maranhão, ela deve ter alta neste fim de semana.

Edição: Talita Cavalcante

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