BNDES vai construir prédio anexo ao edifício-sede no centro do Rio

06/01/2014 - 18h52

 

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai construir um prédio anexo à sua sede na Avenida Chile, no centro do Rio. De acordo com o superintendente da Área de Administração do banco, Carlos Roberto Haude, a construção do anexo é resultado do aumento das atividades do banco e da ampliação de suas áreas de atuação. Segundo ele, há cerca de quatro anos, a equipe técnica da instituição vem trabalhando no projeto.

Em 2002, o banco tinha 1,8 mil empregados e desembolsos de R$ 45 bilhões. No ano passado, os funcionários somavam 2,8 mil, entre próprios e terceirizados, do total de 2,814 mil autorizados pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), e os desembolsos atingiram R$ 190 bilhões. “Aumentamos quantitativamente o pessoal em 60% e os desembolsos do banco em 400%”, disse Haude.

O superintendente assegurou que a construção do prédio significará vantagens econômico-financeiras para o BNDES que, atualmente, gasta R$ 6 milhões mensais com o aluguel de salas em 18 andares do Edifício Ventura, situado na Avenida Chile, próximo à sede. Haude destacou que foi considerado também no projeto o valor de mercado do anexo, que seria incorporado ao patrimônio da instituição. Cálculos preliminares indicam que esse valor poderia alcançar hoje R$ 544 milhões.

“Não haverá interferência do novo prédio com o complexo do Morro de Santo Antonio”, disse. Estudos geotécnicos confirmaram que a construção não oferecerá riscos para o Convento de Santo Antonio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1938.

No próximo dia 27, o BNDES promoverá audiência pública sobre a construção do anexo, que ficará localizado em área próxima ao complexo do Morro Santo Antonio, no centro do Rio de Janeiro, entre a Avenida Paraguai e o Largo da Carioca, e contígua à sede do banco, na cidade. Com total de 3.866,62 metros quadrados, o terreno pertence 38% à Fraternidade Franciscana, formada por leigos católicos privados, e 62% ao banco.

O anexo será interligado à sede, vai aproveitar vazios urbanos da área central da cidade e viabilizará a criação de uma área, que está sendo chamada de Caminho de São Francisco. Ela facilitará o acesso regular das pessoas ao Convento de Santo Antonio e aos oito templos que integram o complexo, a partir da Avenida Paraguai. A obra permitirá ao BNDES concentrar em um único endereço todos os empregados que trabalham na cidade. 

Em maio do ano passado, a Câmara de Vereadores do Rio aprovou projeto de lei permitindo edificação no local com 42 metros acima do nível do mar, alterando, assim, o gabarito anterior de 12,5 metros. Isso fará com que o prédio anexo não ultrapasse a cúpula da Igreja de São Francisco, que faz parte do complexo do Morro de Santo Antonio. Haude esclareceu que, como o meio-fio está a cerca de 9 metros do nível do mar, o anexo poderá ter nove andares superiores e mais cinco andares de subsolo, onde funcionarão a infraestrutura do edifício e as garagens.

Pela mudança do gabarito, o BNDES pagará em contrapartida à prefeitura do Rio R$ 50 milhões. Esses recursos, não reembolsáveis, serão aplicados na manutenção de equipamentos públicos e em projetos culturais, que deverão ser aprovados e ter sua execução acompanhada por um grupo de prédios da região, de forma colegiada, informou Haude. A obra tem custo total estimado de R$ 284 milhões, incluindo a contrapartida que será paga à prefeitura. 

Em fevereiro, o banco lançará concurso nacional para escolher projeto arquitetônico para o anexo. Segundo o superintendente, o objetivo é promover a arquitetura de qualidade no país, além de fomentar a indústria da construção civil. “O concurso vai revelar novos talentos e novas tecnologias”, disse Haude. O projeto terá de atender a princípios de sustentabilidade, com tratamento paisagístico integrado com os jardins de Burle Marx no edifício-sede. 

Pelo terreno da Fraternidade Franciscana, orçado após duas avaliações à média de R$ 34,611 milhões, o BNDES pagará parte do valor em 24 parcelas trimestrais de R$ 206 mil durante 72 meses. Como pagamento restante, a Fraternidade terá 5,46% do anexo. O administrador da Igreja de São Francisco da Penitência e do Museu Sacro, Carlos Pinheiro, informou que a Fraternidade receberá do banco um aluguel mensal necessário à sustentação das obras do complexo. O contrato firmado com o banco tem vigência de 30 anos, prevendo-se renovação.

A obra deverá ser iniciada no fim de 2016, com conclusão prevista para 2019.

 

Edição: Aécio Amado

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