Sem parcelamentos, arrecadação fecharia ano com crescimento de 2,5% acima da inflação

16/12/2013 - 16h50

 

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os parcelamentos especiais que renderam R$ 20,4 bilhões aos cofres públicos não foram os únicos responsáveis pela arrecadação federal recorde em novembro. Segundo a Receita Federal, a recuperação da economia no segundo semestre impulsionaria o caixa do governo mesmo sem as renegociações de dívidas com grandes empresas.

Sem os refinanciamentos extraordinários, a arrecadação federal encerraria o ano com crescimento de 2,5% acima da inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), disse hoje (18) o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto. De acordo com ele, o aumento da produção industrial e a maior lucratividade das empresas seriam suficientes para sustentar a alta das receitas da União em 2013.

Em outubro, a Receita tinha admitido a possibilidade de o crescimento real da arrecadação em 2013 (sem considerar os parcelamentos) ficar próximo de 2%. Com os dados de novembro, o órgão retomou o otimismo e voltou a apostar na expansão de 2,5%. Além da recuperação da atividade econômica, o secretário cita a recomposição parcial do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca como fator que elevará a arrecadação no fim do ano.

De janeiro a novembro, a arrecadação federal acumula crescimento de 3,63% acima do IPCA. Sem os parcelamentos extraordinários, no entanto, a expansão cairia para 1,83%. Barreto, no entanto, assegurou que as receitas da União vão se acelerar em dezembro.

“Continuamos otimistas por alguns fatores. Em primeiro lugar, os indicadores econômicos vão bem e mostram uma clara recuperação da atividade. Além disso, a lucratividade das empresas, [que] está aumentando, e a recomposição parcial do IPI para alguns produtos vão ajudar a manter a projeção de 2,5% [de crescimento acima da inflação]”, destacou Barreto.

O secretário evitou passar uma projeção de crescimento real da arrecadação considerando os parcelamentos especiais abertos em novembro. Segundo Barreto, não é possível fazer uma previsão porque o Refis da Crise, que envolve a renegociação de dívidas de qualquer natureza com a União, envolve um número grande de contribuintes com volumes não expressivos de débitos. “A adesão ao Refis vai até o fim do ano, e muitos contribuintes deixam para pedir a renegociação em cima da hora”, declarou.

 

Edição: Aécio Amado

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