Ban Ki-moon pede solução pacífica para crise política na Tailândia

03/12/2013 - 10h31

Da Agência Brasil*

Brasília - O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, expressou hoje (3) estar preocupado com os violentos confrontos na Tailândia e pediu que as partes encontrem uma solução pacífica para terminar com a crise política no país. Há cerca de uma semana, manifestantes iniciaram protestos contra a primeira-ministra Yingluck Shinawatra. A liderança do movimento acredita que o irmão da chefe de governo, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, comanda o país por meio dela. Thaksin foi acusado de corrupção e fraude e teria de cumprir dois anos de prisão, mas foi anistiado pelo Parlamento, o que intensificou os protestos contrários ao governo.

"Estou preocupado com a escalada da violência em Bangcoc nos últimos dias e manifesto o meu pesar pela perda de vidas e pelos feridos", disse Ban Ki-moon, que participa da conferência da Organização para o Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (Unido), em Lima, no Peru.

O secretário-geral da ONU manifestou também preocupação em relação às tentativas dos manifestantes de entrarem à força em edifícios governamentais e de meios de comunicação. "Apelo, mais uma vez, a todas as partes, para empregarem a máxima contenção e para resolverem as diferenças políticas com diálogo, por meios pacíficos", explicou o secretário.

Para ele, ambos governo e oposição devem respeitar os princípios democráticos do Estado de Direito, os direitos humanos e a liberdade de expressão.

Na manhã desta terça-feira, depois de dias de intensos confrontos com as forças de segurança, os manifestantes conseguiram entrar, sem resistência dos agentes, nas sedes da Polícia Metropolitana e do governo na capital tailandesa. O chefe de polícia, general Kamronvit Thoopkrachang, disse que não foi lançado gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que entraram nos edifícios e permanecerão nas instalações pelo tempo que desejarem.

Nos últimos dois dias, a polícia tentou dispersar a multidão com gás lacrimogêneo, canhões de água e balas de borracha. Os manifestantes responderam com pedras, garrafas e explosivos artesanais. De acordo com o centro de emergências do país, no balanço mais recente, 119 feridos foram atendidas ontem (2) com ferimentos, a maioria com problemas devido à inalação de gases tóxicos nos protestos.

Após a ocupação das sedes do governo e da polícia hoje, o líder dos protestos, o ex-vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, informou que as manifestações vão continuar. "Podemos celebrar, mas não podemos nos deixar levar. O regime continua e o nosso objetivo é a total erradicação do ‘Regime Thaksin'", disse o líder, em referência à suposta influência do ex-primeiro-ministro no atual governo.

A primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, disse ontem (2) que não pensa em renunciar ao cargo, como exigem os manifestantes, voltando a se mostrar disponível a dialogar para que se alcance uma solução pacífica para a crise política.

*Com informações da Lusa

Edição: Talita Cavalcante

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