Em protesto, ucranianos fazem cordão humano para ligar o país à Europa

29/11/2013 - 15h51

Da Agência Brasil *

Brasília - Milhares de ucranianos deram hoje (29) as mãos para formar um cordão humano que ligou simbolicamente o país à União Europeia, depois de o presidente Viktor Ianukovitch ter recusado assinar o Acordo de Associação com a UE, o que estava previsto para se feito nesta sexta-feira, assim como ocorreu com a Geórgia e a Moldávia. Ambos os países assinaram na Cúpula Europeia, em Vilnius, na Lituânia o Acordo de Associação. 

Com bandeiras da Ucrânia e da União Europeia e gritando “A Ucrânia é Europa” os manifestantes formaram um cordão humano que começou na Praça da Independência, na capital do país, Kiev e que se estendeu por uma das principais avenidas da capital na direção do ocidente.

Em Lviv, no Oeste do país 20 mil manifestantes deram as mãos e cerca de cem deles atravessaram a fronteira com a Polónia para estender o cordão humano até território o europeu, segundo um dos organizadores do movimento.

Diferenças históricas e linguísticas dividem tradicionalmente a Ucrânia entre uma parte leste pró-russa e uma parte oeste pró-europeia. Os manifestantes pró-europeus, muitos deles jovens, saíram hoje às ruas pelo sexto dia consecutivo, depois de Ianukovitch ter recusado  assinar o acordo de associação com a UE - um primeiro passo para uma futura adesão que teria simbolizado uma fratura histórica com a Rússia. 

A oposição acusou Ianukovitch de trair o interesse nacional e exigiu a sua demissão.

“Hoje, Ianukovitch envergonhou a Ucrânia perante o mundo inteiro”, disse à imprensa o líder opositor e campeão de boxe ucraniano Vitali Klitschko. "A Cúpula de Vilnius demonstrou a total incompatibilidade de Ianukovitch com os líderes europeus no que diz respeito a valores, padrões e atitudes”, explicou.

No encontro entre os líderes europeus  o presidente ucraniano informou que acredita ser importante desenvolver relações triangulares construtivas entre a Ucrânia, União Europeia e a Rússia.

"Temos de fazer o nosso melhor para construir relações normais entre a Ucrânia, a UE e a Rússia; é o nosso dever, nós estamos interessados [nisto]", disse o presidente, após uma reunião na Lituânia com o presidente francês, François Hollande.

Segundo ele é importante que este "tempo" - gerado pelo adiamento da assinatura do acordo de adesão - seja válido para abrir novas possibilidades.

* Com informações da Agência Lusa e da Itar Tass
Edição: Valéria Aguiar