Human Rights Watch pede à UE “ações concretas” para salvar vidas no Mediterrâneo

23/10/2013 - 10h00

Da Agência Brasil*

Brasília - A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) pediu hoje (23) aos líderes da União Europeia (UE) ações concretas para evitar mortes de imigrantes ilegais no Mediterrâneo. Em um comunicado, a HRW enfatizou a necessidade de facilitar, também, o acesso de refugiados da Síria.

O apelo, dirigido aos chefes de Estado e de governo do bloco, que se reúnem entre hoje e amanhã (24) em Bruxelas, na Bélgica, reforça a necessidade de debates sobre o tema. O assunto foi incluído na pauta devido ao aumento da quantidade de acidentes ultimamente, especialmente, por causa do naufrágio próximo à Ilha de Lampedusa, na Itália, que deixou cerca de 300 mortos.

“Os líderes europeus deviam ir além das expressões de pesar e se comprometer com ações concretas que ajudem a prevenir mais mortes de migrantes no mar. Novas propostas para aumentar a vigilância no Mediterrâneo têm de estar centradas em salvar vidas e não em impedir a entrada na UE", disse a subdiretora da HRW para a Europa Ocidental, Judith Sunderland, no comunicado.

A Human Rights Watch criticou a política europeia por se centrar em impedir a saída dos imigrantes da Costa do Norte da África e proibir a entrada em território europeu. A organização indica que a prática é causada por disputas antigas entre os Estados do Mediterrâneo sobre a responsabilidade pelas operações de resgate, pela determinação de quem pode chegar em terra e pelos pedidos de imigração e de asilo.

A organização sugere que os europeus considerem medidas como centrar a vigilância marítima no salvamento de vidas, incluir nas regras de funcionamento da Agência Europeia de Controle de Fronteiras (Frontex) a obrigação de encaminhar quaisquer migrantes salvos do mar para o porto europeu mais próximo e garantir segurança aos navios privados que resgatem migrantes.

A organização pede ainda mais proteção aos refugiados da Síria por meio da rápida apreciação dos pedidos de asilo, da suspensão dos repatriamentos forçados enquanto persistir o conflito armado no país.

*Com informações da Agência Lusa

Edição: Talita Cavalcante

Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil