ANP normaliza abastecimento de gás de cozinha e revendedores criticam gestão do setor

17/10/2013 - 20h09

Da Agência Brasil     
          

Rio de Janeiro – Após dez dias sem abastecer revendedoras de botijão de gás em pelo menos oito estados, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) informou que a entrega para revendas já está normalizada em todas as regiões. Em nota divulgada hoje (17), a ANP diz que um período de inverno prolongado, somado à parada técnica programada da Refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos, São Paulo, foi a causa da demanda acima da média nos últimos dias.

Contudo, para o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo, Alexandre Borjaili, o aumento na demanda de gás de cozinha não foi percebido pelos revendedores. “Não sentimos que a procura pelo botijão foi maior nos últimos dias. Pelo contrário, algumas revendedoras passaram dias sem botijão, o que nos trouxe um grande prejuízo”, disse Borjaili.

Ele mostrou-se apreensivo com a greve geral da Petrobras, que começou hoje. "Diferentemente do que a ANP informou, alguns estados ainda não normalizaram seu abastecimento. Se a Petrobras realmente paralisar a produção, não só esses estados desestabilizados, como todos os outros, vãos ter carência de gás", alertou.

O representante dos revendedores manifestou também descontentamento com a gestão da ANP. Borjaili lembrou que, há seis meses, a agência publicou, em seu site na internet, matéria informando sobre a possibilidade de cartel no setor do gás, que, segundo ele, é controlado por cinco empresas.

"Essa carência de gás de cozinha é resultado da omissão da ANP perante um indício apresentado meses atrás. Nós [revendedores] somos reféns dessas empresas. O gás não sobe na Petrobras desde 2003 [R$ 11], mas, até chegar às nossas revendedoras, o valor sobe para R$ 35. Onde vai parar esse dinheiro? É um absurdo cobrar isso por um produto básico na cozinha do cidadão brasileiro", reclamou.

A Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo protocolou terça-feira (15) ofício dirigido à presidenta Dilma Rousseff, à ANP, ao Ministério de Minas e Energia e a todos os senadores e deputados federais. "Queremos que o governo federal fiscalize esse setor. Queremos, também, liberdade de comércio, e que a ANP se posicione como uma empresa que atua de forma justa e íntegra", disse o sindicalista.

Procuradas pela Agência Brasil, a ANP e a Petrobras, até o fechamento desta matéria, não se pronunciaram sobre as críticas da associação.

Edição: Nádia Franco

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